O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso nesta quarta-feira no âmbito da operação Lava Jato, aparece como operador dentro da Petrobras, afirmou o procurador regional da República Carlos Fernando Lima.
"A posição de João Vaccari é muito semelhante à (do doleiro) Alberto Youssef, no sentido de que ele aparece como um operador, um representante de um esquema político partidário dentro da Petrobras", disse o procurador a jornalistas.
"Nós acreditamos, naturalmente, diante das investigações de que nós já tivemos notícia de que esse esquema se replica em outros órgãos públicos federais, mas em relação à Petrobras, João Vaccari tem um papel semelhante ao de Alberto Youssef como operador", acrescentou.
O procurador afirmou ainda que diante de conduta reiterada de lavagem de dinheiro de 2004 a 2014 se fez necessário o pedido de prisão preventiva.
Lima revelou ainda que Vaccari fez pagamento de 1,5 milhão de reais a uma gráfica sem prestação de serviço a título de suposta propina e que familiares do tesoureiro receberam depósitos que indicam lavagem de dinheiro.
Vaccari foi preso em São Paulo e levado pela PF para Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato, informou o setor de comunicação da PF na capital paulista.
Em nota, a PF informou que foram cumpridos um mandado de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e um mandado de condução coercitiva na 12ª etapa da operação.
Vaccari responde a processo relacionado à Lava Jato sob acusação de receber doações para o PT oriundas de propinas pagas por empreiteiras para a obtenção de contratos com a Petrobras.
Segundo o Ministério Público Federal, o tesoureiro do PT tinha conhecimento da origem ilícita das doações. Vaccari e o partido negam as acusações.
Em depoimento à CPI da Petrobras na semana passada, Vaccari negou ter tratado das finanças do partido com executivos da Petrobras investigados no caso de corrupção na estatal, além de afirmar mais de uma vez que não cuidou da parte financeira da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
(Por Sérgio Spagnuolo)