O corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de Amazonas (TRE-AM), João Mauro Bessa, determinou no sábado o afastamento do comandante da Polícia Militar (PM), coronel Eliezio Almeida da Silva, e de seu subcomandante, coronel Aroldo da Silva Ribeiro, até o fim das eleições. A procuradoria eleitoral considerou que a corporação foi aparelhada para favorecer o atual governador, José Melo (Pros), candidato à reeleição.
Na semana passada, a procuradoria apresentou à Justiça Eleitoral um áudio no qual Eliezio Silva conclamava oficiais em uma reunião para atuar pela reeleição do governador, de forma a retribuir “tudo o que ele fez para a corporação”.
Em seu despacho, Bessa considerou desnecessário cassar a candidatura de Melo, como pretendia o Ministério Público, mas determinou que seria necessário afastar os dois oficiais, sem prejuízo de suas remunerações, até a eleição de um novo governador. A pena pelo descumprimento da decisão é de R$ 150 mil por dia.
“Pelo material probatório produzido inicialmente, há, no mínimo, a demonstração da suspeição dos dirigentes da Polícia Militar do Estado do Amazonas, ao tentar criar o sentimento de retribuição ao candidato investigado, de modo a justificar o uso da coisa pública espuriamente”, disse o desembargador.
Segundo pesquisa Ibope divulgada no último dia 12, Melo está em segundo lugar na disputa pelo governo de Amazonas, com 31% das intenções de voto, atrás do senador Eduardo Braga (PMDB), que somou 46%.