A presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma reunião secreta com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, nesta segunda-feira (27), em um hotel da zona sul da cidade. A agenda com Lula não foi divulgada pela Presidência – que apenas informou, em um adendo à pauta oficial do dia, a passagem da presidente pela capital paulista.
Segundo um funcionário ligado à segurança presidencial, Dilma chegou de carro ao hotel Gran Mercure, na Vila Mariana (zona sul), pouco antes das 14h. Às 16h, ele próprio informaria que a presidente já havia deixado o local – mas não pela porta da frente, onde estavam os jornalistas.
A assessoria do Instituto Lula também não deu detalhes sobre a agenda. Minutos depois do encontro com Dilma, a entidade divulgou nota informando apenas a movimentação do ex-presidente nesta terça-feira: ele estará na abertura do simpósio "Ação coletiva, democracia, trabalho e transformação social", que marca os 35 anos da Greve de 1980, às 18h, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
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O encontro com Lula acontece três dias depois de, em evento também em São Paulo, o petista ter feito um discurso com cobranças à afilhada política: disse que o PT passa por um “momento difícil” que deve ser enfrentado com a defesa dos interesses da classe trabalhadora e pediu que Dilma dê uma resposta aos eleitores que a elegeram.
“Nem o PT sobrevive sem a Dilma, nem a Dilma sobrevive sem o PT. Se a Dilma fracassar, é o PT que fracassa. Se o PT fracassar, a gente vai contribuir para o fracasso da Dilma. E eu não vim ao mundo para fracassar. O PT não nasceu para fracassar. A gente não elegeu uma revolucionária presidente da República deste País para o fracasso”, discursou o ex-presidente, durante a abertura do 3° Congresso das Direções Zonais do PT São Paulo, no Sindicato dos Bancários, no centro da capital.
O ex-presidente também deixou o hotel por via fora do acesso dos jornalistas. Já Dilma, que, mais cedo, havia visitado áreas atingidas por um tornado em Xanxerê, no Estado de Santa Catarina, tinha na agenda oficial uma reunião com a coordenação política, em Brasília, marcada para as 17h30.
Amanhã, o evento com Lula no ABC reunirá membros do Ministério Público do Trabalho, do Judiciário e representantes de entidades sindicais “para celebrar o aniversário de 35 anos da greve de 1980, quando 140 mil metalúrgicos paralisaram suas atividades por 41 dias, durante a campanha salarial, em plena ditadura militar”, informou nota do Instituto Lula.
