Tribunal da Tunísia ordena que comissão eleitoral reintegre candidatos presidenciais

14 set 2024 - 15h07

A mais alta corte da Tunísia ordenou neste sábado que a comissão eleitoral reintegre dois candidatos para a eleição presidencial de outubro, alertando que, se isso não for feito, a legitimidade do pleito poderá ser comprometida. 

A decisão da Corte Administrativa foi tomada em meio a tensões políticas cada vez maiores no país do norte da África. A oposição e grupos da sociedade civil temem uma eleição fraudulenta que possa levar o presidente KaÏs Saïed a um segundo mandato.  

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Milhares de tunisianos foram às ruas na sexta-feira, na maior marcha do país em dois anos, para protestar contra restrições às liberdades e um clima eleitoral não democrático. 

Os manifestantes cantaram slogans como "Fora com o ditador Saïed". 

As tensões aumentaram depois que a comissão eleitoral, no início deste mês, rejeitou a decisão do tribunal no começo deste mês de restaurar as candidaturas de Abdellaif Mekki, Mondher Znaidi e Imed Daimi para a eleição de 6 de outubro, citando supostas irregularidades em seus registros de candidatura. 

Grandes partidos e grupos da sociedade civil disseram que a comissão, cujos membros foram nomeados pelo próprio presidente, havia se tornado uma ferramenta nas mãos de Saïed contra seus adversários. 

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O chefe da comissão, Farouk Bouasker, negou as acusações e disse que "a comissão é o único órgão constitucional encarregado da integridade da eleição". 

Mas o Tribunal afirmou neste sábado que a comissão é obrigada a implementar sua decisão e, se necessário, revisar o calendário eleitoral. Não ficou claro se isso significa adiar a eleição ou estender o prazo de campanha. 

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