Dilma-Temer: motorista diz que entregou dinheiro a petistas

22 fev 2017 - 18h50
Foto: Lula Marques/AGPT

Uma das testemunhas ouvidas nesta semana pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação que investiga a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse ter entregado volumes de dinheiro em espécie a membros do PT. Os repasses teriam sido feitos em Brasília.

A informação consta em um despacho no qual Benjamin determinou que as companhias aéreas Gol e TAM informem, em 48 horas, todas as viagens da testemunha Jonathan Gomes Bastos da Silva durante o ano de 2014, com o objetivo de apurar a veracidade das declarações dadas por ele. O ministro atendeu a um requerimento da defesa de Dilma Rousseff.

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"Segundo o depoimento, é possível que tais valores tenham relação com a campanha eleitoral de 2014, o que justifica, neste estrito limite, o aprofundamento da instrução probatória em relação a tal ponto", escreveu Herman Benjamin.

A defesa do presidente Michel Temer foi contra a apuração dos fatos pelo TSE, alegando que teriam ocorrido fora do período eleitoral e, portanto, não teriam relação com a campanha. Para Benjamin, a "mera possibilidade das supostas entregas terem ocorrido fora do período de campanha não é circunstância que, por si só, exclui a possibilidade de ilícito eleitoral".

Jonathan era motorista da gráfica Focal, que prestou serviços à chapa Dilma-Temer na campanha de 2014. Ele, no entanto, figurava como um dos sócios e admitiu atuar como laranja em nome do proprietário Carlos Cortegoso, de quem partiu a ordem para os pagamentos em dinheiro, segundo o motorista.

De acordo com o despacho de Benjamin, os depoimentos trouxeram à tona que Jonathan teria feito ameaças a Cortegoso. Atualmente, os dois disputam na Justiça pagamentos relativos à atuação do motorista na gráfica Focal, em processos não relacionados à ação no TSE.

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No mesmo despacho, Benjamin deu três dias para que os peritos que atuam no caso avaliem novos documentos contábeis da gráfica Rede Seg, entregues pela testemunha Rodrigo Zanardo, também ouvida nesta semana.

A ação no TSE, aberta a pedido do PSDB, investiga irregularidades em serviços prestados à chapa Dilma-Temer por ao menos três gráficas: Focal, Rede Seg e VTPB. Caso fiquem comprovadas ilegalidades, o processo tem o potencial de resultar na cassação do presidente Michel Temer e na inelegibilidade de Dilma Rousseff.

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Dilma Rousseff, mas até o momento não recebeu retorno. A reportagem também tentou falar com a assessoria do PT, mas não conseguiu contato.

Agência Brasil
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