TSE retoma julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível; acompanhe

Corte julga se ex-presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em reunião com embaixadores

27 jun 2023 - 17h03

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 27, o julgamento da ação que pode resultar na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. O início da análise será marcado pelo voto do relator, ministro Benedito Gonçalves.

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No seu voto, Gonçalves deverá abordar as questões preliminares antes de entrar nas acusações feitas pelo PDT. Uma dessas questões diz respeito à inclusão da chamada "minuta do golpe" no processo.

Esse documento foi acrescentado em janeiro deste ano após ter sido apreendido durante as investigações relacionadas ao atos ocorrido em 8 de Janeiro, na residência do ex-ministro Anderson Torres.

O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa em um evento para apoiadores em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa em um evento para apoiadores em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Foto: Reprodução/Facebook / Estadão

Após o voto do relator, seguirão os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, o ministro Nunes Marques e, por fim, o presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu candidato a vice-presidente enfrentam acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, definiu 3 datas para o julgamento do ex-presidente: 22, 27 e 29 de junho.

A sessão terá início às 19h e contará com a apresentação do voto do relator da ação, ministro Benedito Gonçalves.

Possibilidade de vista 

Existe a possibilidade de que um dos ministros solicite mais tempo para análise, através do pedido de vista, o que poderia resultar no adiamento do julgamento por até 30 dias.

Estratégia da defesa

O advogado de Jair Bolsonaro, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, afirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida pela inelegibilidade do ex-presidente. 

No entanto, essa possibilidade só poderá ser concretizada após esgotados todos os recursos na Corte Eleitoral. Nesse caso, a defesa deverá apresentar os "embargos de declaração", que permitem ao réu questionar eventuais contradições ou omissões no julgamento. 

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É importante ressaltar que esse recurso não tem o poder de alterar a decisão e não suspende uma possível inelegibilidade.

Entenda o caso 

Em julho de 2022, ocorreu uma reunião no Palácio da Alvorada entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e embaixadores. 

Durante o encontro, Bolsonaro fez questionamentos em relação ao resultado do sistema eleitoral de 2018, levantou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas e fez críticas a ministros de tribunais superiores. O evento foi transmitido pela TV Brasil.

O PDT requereu a inelegibilidade do ex-presidente e a cassação da chapa de Bolsonaro junto ao general Braga Netto.

Além disso, o partido também solicitou a exclusão de vídeos do conteúdo publicado pela Agência Brasil, o que já foi realizado.

Julgamento até aqui

Na sessão ocorrida na última quinta-feira, 22, o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, apresentou o relatório completo da ação, que consiste em um documento de 43 páginas. 

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Posteriormente, os representantes do PDT, do ex-presidente e do general Braga Netto fizeram suas sustentações orais perante o tribunal.

O vice-procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet Branco, alegou que Bolsonaro cometeu abuso de poder político ao convocar uma reunião com embaixadores e questionar o processo eleitoral, levantando dúvidas sobre sua integridade.

Após a exposição do parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), no qual foi defendida a inelegibilidade de Bolsonaro, o julgamento foi interrompido. 

Fonte: Redação Terra
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