O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) informou, neste domingo, 6, por meio de seu perfil oficial no Instagram, que teve a sua conta no Twitter suspensa temporariamente por violação das regras de uso do site. A plataforma, porém, diz que a punição se deu por um erro do próprio sistema. O perfil do filho do presidente Jair Bolsonaro já foi reativado.
"Mais uma, agora no Twitter. E segue a pergunta: por quê? Eles não dizem nem qual post eu violei a tal política da comunidade. E lá vou eu mais uma vez tratar com advogados a questão", escreveu.
O Twitter alegou que o sistema que monitora violação de regras teria apontado, erroneamente, problema em uma publicação do deputado. Eduardo Bolsonaro teria que aguardar um "período probatório" como punição. Entretanto, a sanção foi removida.
Na sexta-feira, 4, Eduardo Bolsonaro gerou revolta no Twitter ao usar a rede social para associar a cratera no metrô de São Paulo ao fato de a concessionária responsável pela obra que desabou priorizar a contratação de mulheres. O deputado publicou um vídeo em que Stefania Riciulli, coordenadora de comunicação da empresa Acciona, defende uma política para contratação de mulheres.
"'Procuro sempre contratar mulheres', mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc", escreveu.
A empresa se manifestou por uma nota na qual classificou o comentário do deputado como desrespeitoso.
"A Acciona, como uma empresa que tem o respeito à diversidade como um dos pilares de sua política de ESG, lamenta profundamente o teor dessa videomensagem que circula em redes sociais. A empresa considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras", frisou.
Diversas entidades criticaram as declarações de Eduardo Bolsonaro. Entre elas, a Coordenadoria Nacional de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, a Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho e a Associação Brasileira de Mulheres em Carreira Jurídica.
As entidades citadas repudiaram "qualquer fala que associe as falhas ou a incapacidade profissional com o fato de ser mulher ou mesmo questione a importância de ações afirmativas para a promoção da igualdade de oportunidades no trabalho"