União Brasil reforça que Moro faz parte de projeto no Estado de São Paulo

Pronunciamento de Moro trouxe mal-estar, uma vez que sua incorporação ao partido tinha como pré-condição que ele não se candidatasse

2 abr 2022 - 20h04
(atualizado às 20h18)
Em Hamburgo, Moro defendeu abertura comercial do Brasil e disse que, se eleito, combaterá o desmatamento ilegal
Em Hamburgo, Moro defendeu abertura comercial do Brasil e disse que, se eleito, combaterá o desmatamento ilegal
Foto: DW / Deutsche Welle

Após a confusão causada pela declaração de Sergio Moro de que não desistiu "de nada", dando a entender que segue com o objetivo de disputar a Presidência da República, seu novo partido, o União Brasil, reforçou neste sábado, 2, que o ex-juiz faz parte de um projeto para o Estado de São Paulo.

"O ex-ministro Sergio Moro é um homem íntegro, capaz de enriquecer, junto às demais lideranças partidárias, a discussão sobre o futuro que almejamos para o país", diz a nota.

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O texto é assinado pelo presidente do partido, Luciano Bivar, que teria autorizado o polêmico pronunciamento de Moro na sexta-feira, 1º; pelo secretário-geral do partido, ACM Neto, que faz parte de grupo que ameaçava pedir a impugnação da filiação do ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro; e pelo primeiro-vice presidente nacional e presidente da legenda em São Paulo, Antônio Eduardo de Rueda.

"Sua filiação ao União Brasil tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no Estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país", acrescenta.

Na sexta-feira, um grupo de oito lideranças do União Brasil, que representa quase metade da Executiva da sigla, preparava um pedido de cancelamento da filiação Sergio Moro, após a declaração do ex-juiz.

"Preciso esclarecer a todos que eu não desisti de nada, muito menos do meu sonho de mudar o Brasil. Pelo contrário, sigo firme na construção de um projeto para o país", disse Moro na sexta-feira, acrescentando que não concorreria a deputado federal.

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Na quinta-feira, logo após a filiação, o ex-juiz chegou a soltar uma nota afirmando que abria mão "nesse momento" da pré-candidatura.

Segundo uma fonte ligada a essa ala, o pronunciamento de Moro na sexta-feira trouxe mal-estar, uma vez que sua incorporação ao partido tinha como pré-condição que ele não se candidatasse à Presidência da República. O grupo que preparava o pedido tem entre suas principais lideranças, além de ACM Neto, o governador Ronaldo Caiado (GO) e o senador Davi Alcolumbre.

Essa ala, que detém 49% dos votos da Executiva, preparava um documento ao colegiado pedindo a impugnação da filiação de Moro. Regra estatutária do novo partido, criado a partir da fusão entre o DEM e o PSL, exige que as decisões precisam ser tomadas de forma colegiada, e com a aprovação de ao menos 60% dos votos.

Ainda que o pronunciamento de Moro tenha sido acertado com o presidente do União, Luciano Bivar, não foi combinado com a grande maioria dos membros da legenda. A nota divulgada neste sábado começa justamente ressaltando a importância das decisões colegiadas no partido.

"O União Brasil tem na sua essência a defesa da democracia. Nascemos pautados pelo respeito ao espírito colegiado, e seguiremos assim na tomada de todas as decisões internas."

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Neste sábado, Moro, que aparece nas pesquisas eleitorais num distante terceiro lugar, se reuniu com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, candidato derrotado nas prévias do PSDB, e com a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata a presidente pelo MDB.

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