O Uruguai reconhece o governo do novo presidente do Brasil, Michel Temer, mas mantém a opinião de que o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi injusto, conforme informou nesta segunda-feira o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa.
"O Uruguai não reconhece governos, mas reconhece Estados. O não reconhecimento de um governo se dá de maneira indireta, através da retirada do embaixador e de alguma declaração que neste caso o Uruguai não fez", expressou Nin Novoa ao término do Conselho de Ministros.
"Uruguai reconhece o governo de Temer, mas segue mantendo sua posição sobre o resultado do processo (de impeachment de Dilma). O processo foi legal, mas nos parece que o resultado foi injusto", concluiu o ministro uruguaio.
O Senado brasileiro destituiu Dilma Rousseff por 61 votos a favor e 20 contra no dia 31 de agosto, em decisão que confirmou como presidente Michel Temer, que seguirá no poder até o dia 1º de janeiro de 2019.
Posteriormente, através de comunicado, o governo uruguaio indicou que, "além da legalidade invocada", considera "uma profunda injustiça" a destituição da petista.
A coalizão de esquerda governante no Uruguai, a Frente Ampla (FA), classificou como "ilegítimo" o governo liderado por Temer e expressou solidariedade com Dilma.