Apesar de negar ter tratado sobre finanças do PT com Alberto Youssef, o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, disse nesta quinta-feira ter sido convidado para se encontrar com o doleiro, mas que não o encontrou em seu escritório. Aos deputados da CPI da Petrobras, o petista disse que desconhece o motivo do encontro que, segundo ele, não aconteceu.
Relatórios da investigação da PF constam que Youssef foi até a empresa GFD Investimentos no dia 11 de fevereiro do ano passado, antes da deflagração da Operação Lava Jato, em 17 de março de 2014. Apesar de afirmar desconhecer o motivo do convite, Vaccari alega ter ido embora. “Eu estive uma única vez na empresa. Eu fui, ele não estava e eu fui embora”, disse.
Deputados integrantes da CPI insistiram com perguntas sobre o episódio, já que o petista se mostrou evasivo sobre o assunto. Numa das tentativas, disse que o encontro era “sem agenda” e não deu mais detalhes sobre o convite.
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, Youssef, que participa de um acordo de delação premiada, disse que repassou R$ 400 mil para entregar a Vaccari em frente ao prédio do PT, em São Paulo. O doleiro também afirma que a cunhada do petista, Marice Corrêa, também recebeu dinheiro do esquema.
Vaccari negou envolvimento em todos os crimes imputados a ele nas delações premiadas. Também disse que sua relação com Marice é “familiar”.
O tesoureiro também admitiu conhecer os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa, além do ex-gerente Pedro Barusco, todos citados nas investigações. Ele negou, no entanto, ter tratado sobre finanças do partido com os dirigentes.
Indicado nas planilhas com registros de suposta propina pelo codinome de “Moch”, Vaccari confirma o apelido. "É porque eu uso mochila, como vários usam mochila", disse.