O relator do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética, Julio Delgado (PSB-MG), encerrou nesta terça-feira a oitiva de testemunhas do caso sem a presença do acusado de quebra de decoro. Delgado negou o apelo da defesa de Vargas por mais prazo para analisar documentos em poder do colegiado e deve apresentar seu relatório na próxima semana.
André Vargas é alvo do Conselho de Ética por ter viajado em um avião pago pelo doleiro para viajar com a família de Londrina (PR) a João Pessoa (PB) nas férias. Ele é suspeito de ter atuado em ajuda a Youssef para fechar um contrato entre o laboratório Labogen e o Ministério da Saúde. Vargas deixou o PT e a vice-presidência da Câmara em meio ao escândalo.
A reunião desta terça-feira do Conselho de Ética foi inicialmente marcada para ouvir testemunhas de defesa e o deputado André Vargas, mas o próprio disse ontem, em sua conta do Twitter, que não compareceria. Delgado decidiu encerrar a instrução processual, fase para colher provas e ouvir pessoas relacionadas ao caso.
A defesa do congressista reclama não ter tido tempo suficiente para analisar documentos que estavam em poder do colegiado, aos quais obteve acesso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelas contas da defesa, o processo soma 14 mil páginas, mas o relator afirma que é aproximadamente a metade: 7.773.
Delgado afirmou também que o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, negou paralisar o processo no Conselho de Ética. Sustentou ainda que André Vargas foi o primeiro a ter acesso aos documentos, já que é citado em autos encaminhados ao próprio Supremo.
Diante da ausência do representado, Delgado disse estar disposto a ouvir André Vargas até a próxima sexta-feira, quando encerra prazo da defesa para se manifestar sobre os documentos. O relator quer apresentar seu parecer na próxima terça-feira, quando a Câmara dos Deputados faz um esforço concentrado de trabalhos.
“Se o deputado quiser fazer os esclarecimentos, a gente está pronto para ouvi-los”, disse Delgado.
