Na reunião desta quarta-feira, 23, vinte e três deputados que fazem parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Criptomoedas aprovaram a quebra do sigilo bancário dos atores Cauã Reymond e Tatá Werneck. Os dois fizeram propagandas para a empresa Atlas Quantum, uma das investigadas pelo colegiado. O único voto contrário veio de Glauber Braga (PSOL-RJ), que disse que a CPI tenta criar um "fato político" com a deliberação.
O pedido foi feito pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), com a justificativa de que, sabendo os valores pagos aos dois atores e o contrato feito com a empresa, o colegiado poderá "esclarecer a efetiva participação destes nas fraudes perpetradas pela Atlas Quantum, bem como seu (dos atores) conhecimento acerca das irregularidades que envolvem a empresa".
Reymond e Tatá foram convocados primeiro para depor na CPI, mas não compareceram. Os dois impetraram um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e obtiveram uma liminar do ministro André Mendonça, permitindo a ausência. O gesto provocou o pedido de quebra dos sigilos.
Entre os deputados que disseram sim ao requerimento há parlamentares tanto do PT de Luiz Inácio Lula da Silva quanto do PL de Jair Bolsonaro. O único petista a votar foi Dr. Francisco (PT-PI). Da parte do PL, 5 deputados votaram sim: Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Luciano Vieira (PL-RJ), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Roberto Monteiro Pai (PL-RJ) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), autor do pedido.
A discussão girou em torno dos questionamentos feitos por Braga. O psolista disse que a solicitação é "prematura" e que tem grandes chances de ser revertida no Supremo Tribunal Federal. Reymond e Tatá foram até a Corte e obtiveram uma liminar em habeas corpus para não deporem na CPI.
Braga defendeu que, se solicitados, os atores poderiam disponibilizar detalhes da relação que tiveram com a Atlas Quantum e acusou a CPI de querer criar uma situação em cima do caso. "Querem a medida mais gravosa, para criar, com isso, um fato político. Quem já criou essa condição de investigado (para Reymond e Tatá) foi o requerimento. Como é que já se trata a pessoa como investigada, se não há nenhuma decisão que vai determinar isso?"
Veja quem são os deputados que votaram a favor da quebra do sigilo bancário de Tatá Werneck e Cauã Reymond:
- Alfredo Gaspar (União Brasil-AL)
- Augusto Coutinho (Republicanos-PE)
- Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)
- Bebeto (PP-RJ)
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
- Caio Vianna (PSD-RJ)
- Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP)
- Dr. Francisco (PT-PI)
- Duarte Jr. (PSB-MA)
- Felipe Carreras (PSB-PE)
- Gutemberg Reis (MDB-RJ)
- Julio Lopes (PP-RJ)
- Juninho do Pneu (União Brasil-RJ)
- Lafayette de Andrada (Republicanos-MG)
- Luciano Vieira (PL-RJ)
- Márcio Jerry (PCdoB-MA)
- Marcos Soares (União Brasil-RJ)
- Marcos Tavares (PDT-RJ)
- Ricardo Silva (PSD-SP)
- Roberto Monteiro Pai (PL-RJ)
- Rodolfo Nogueira (PL-MS)
- Weliton Prado (Solidariedade-MG)
- Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR)
O deputado Carlos Henrique Gaguim (União Brasil-TO) também esteve na reunião. Contudo, ele não é membro da CPI.