Vem Pra Rua e MBL defendem veto ao Orçamento Impositivo

Orçamento Impositivo faz movimentos pró-impeachment de Dilma apoiarem Bolsonaro em meio aos atos pró e contra governo

3 mar 2020 - 07h40
(atualizado às 11h42)

Enquanto bolsonaristas organizam manifestações em defesa do governo para o dia 15 de março e a oposição chama atos contra o presidente Jair Bolsonaro para o dia 18, os grupos que lideraram o movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff tentam sair da sombra da polarização.

Presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto
Presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto
Foto: Adriano Machado / Reuters

Em um alinhamento pontual com o Palácio do Planalto, o Vem Pra Rua, que não aderiu aos atos do dia 15, vai enviar seus líderes nesta terça-feira, 3, para Brasília para pressionar os senadores a manterem o veto presidencial ao orçamento impositivo, que é alvo de um cabo de guerra entre o governo e o Congresso desde o ano passado.

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A ação do Vem Pra Rua reforça uma aposta do governo de atrair os senadores independentes que são contra o orçamento impositivo, como é o caso de Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

O grupo criou o site www.veto52.com.br no qual apresenta um quadro com a posição dos deputados e senadores. Até o momento o VPR contabiliza 25 senadores à favor da manutenção do veto, sendo que são necessários 41 votos. Na Câmara, o quadro mostra que 78 deputados apoiam o veto, sendo que são necessários 257 votos.

O orçamento impositivo incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias dá aos parlamentares o poder de definir o destino de R$ 30 bilhões de emendas parlamentares do relator e de comissões.

"O poder dos deputados sobre orçamento passou dos limites. O relator do orçamento virou o Exeutivo?", disse a porta-voz do movimento Vem Pra Rua, Adelaide de Oliveira. Questionada sobre o ato dia 15 de março, a ativista afirmou que o grupo não apoia partidos, políticos ou governos. "Deixem os caras brigarem pelo presidente deles". Uma vez encerrado o embate sobre o orçamento, o VPR vai retomar sua campanha em defesa da prisão após condenação em 2ª instância.

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Já o Movimento Brasil Livre (MBL), que também liderou o movimento pelo impeachment de Dilma Rousseff, também defende o veto presidencial, mas esse não é o foco central do grupo. A prioridade é a votação da Reforma da Previdência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que acontece nesta terça-feira.

"O veto tem que ser mantido. O relator não pode ter sozinho o controle de R$ 30 bilhões. É muito poder para um deputado", disse Renato Battista, coordenador nacional do MBL. Ele reforça que esse é um alinhamento pontual com a agenda governista e reconhece que a polarização das manifestações pró e contra Bolsonaro deixou as demais bandeiras em 2° plano.

"A partir do momento que o governo chama uma manifestação para defender o Bolsonaro acima de tudo, todas as outras pautas, como as reformas ficam de lado".

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