Oito vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, todos de oposição ao atual governo Eduardo Paes (PMDB), fizeram uma reunião nesta terça-feira na qual decidiram propor uma série de providências dentro da atual gestão da prefeitura diante dos escandâlos envolvendo o deputado federal e candidato à reeleição Rodrigo Bethlem. A principal delas: a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o escândalo.
Bethlem é suspeito de receber propina a partir de contratos ao longo de anos comandando a secretaria de Ordem Pública, de Assistência Social e de Governo. Participaram do encontro Eliomar Coelho (Psol), Renato Cinco (Psol), Paulo Pinheiro (Psol). Eles propuseram o que chamaram de “choque de ordem” na gestão Paes e tiveram o apoio de Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR), Jefferson Moura (Psol), Reimont (PT) e Tereza Bergher (PSDB).
Em nota divulgada nesta tarde aos jornalistas, a assessoria de imprensa do vereador Eliomar Coelho afirmou que a decisão dos vereadores de oposição, diante ainda da notícia de que Bethlem teria uma conta na Suíça para onde poderia ter enviado o dinheiro desviado dos contratos, é de “notificar os fatos ao Procurador Geral da República, a fim de apurar as denúncias, responsabilizar os agentes e garantir os ressarcimento dos recursos públicos desviados, assim como identificar a participação de eventuais outros beneficiários na suposta ação criminosa.”
No terceiro de item de reivindicações, eles pretendem ainda “notificar a Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, em razão do suposto crime de evasão de divisas para conta bancária na Suíça.”
Para obter a implantação de uma CPI, o grupo necessita da assinatura de 17 dos 51 vereadores. O governo Paes conta com ampla maioria – sendo essa a principal barreira no objetivo do grupo. Em 2013, Renato Cinco protocolou um pedido de CPI para investigar supostas irregularidades entre a Casa Espírita Tesloo e o município. A ONG é suspeita de fechar acordo com Bethlem e repassar a suposta “mesada” ao deputado federal pelos contratos assinados.
Eduardo Paes não se pronunciou ainda sobre o pedido de CPI da oposição. Um dia após a denúncia vir a público, o prefeito do Rio anunciou uma auditoria comandada pela Controladoria Geral do Município, que desde o início da semana investiga todos os contratos assinados por Bethlem desde 2009.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos