As declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a guerra na Ucrânia causaram polêmica em Portugal, país para onde o líder brasileiro irá entre os dias 22 a 25 de abril, repercute a mídia local nesta segunda-feira (17).
Lula equiparou responsabilidades entre russos e ucranianos e sugeriu que o Ocidente parasse de fornecer armas para Kiev.
O vice-presidente do Partido Social-Democrático (PSD), de centro-direita, Paulo Rangel, afirmou que não se opõe ao discurso que Lula fará no Parlamento no dia 25, mas pediu que nos encontros bilaterais o governo português "tome uma posição pública e formal" de afastamento dessas declarações.
Líder do partido conservador Iniciativa Liberal, Rui Rocha, disse que o Parlamento não pode aceitar um "aliado de Putin" e lembrou que o local aplaudiu um discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em abril do ano passado.
Já a vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Socialista, de governo, Jamila Madeira, tentou por panos quentes na situação dizendo que Lula está buscando a paz na região e que declarações polêmicas sobre a guerra dadas por outros líderes europeus, como o presidente francês, Emmanuel Macron, não suscitaram as mesmas críticas da direita.
A visita de Lula ao Parlamento no dia 25 de abril, data que Portugal celebra a Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura militar, já havia sofrido com uma outra polêmica interna. O ministro das Relações Exteriores, João Gomes Cravinho, anunciou que o presidente brasileiro faria um discurso durante a cerimônia solene para lembrar da ocasião, mas sem avisar os parlamentares.
A situação foi resolvida com Lula passando a fazer um discurso em uma outra sessão do Parlamento sobre o tema, mas não a principal.