-1jy7orqt0u4hi.png "Redação Terra")
A Justiça de São Paulo rejeitou a ação por danos morais do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (PMDB), movida após o chefe do Executivo paulistano perguntar se o parlamentar havia 'cheirado' durante um debate na campanha eleitoral de 2024.
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O imbróglio começou no debate promovido pela TV Cultura, em 15 de setembro do ano passado, após Boulos acusar Nunes de envolvimento com a 'máfia das creches' e citar a facção criminosa PCC.
"Você cheirou? Você está louco, rapaz?", questionou, então, o prefeito. Dois dias depois, a equipe de Boulos acionou Nunes por danos morais, afirmando que o gestor 'abandonou a imagem de moderado e utilizou os mesmos métodos da extrema-direita bolsonarista, emprestando uma fake news difundida por Marçal para atacar seu adversário político'.
Na ação, a equipe do psolista disse que Nunes 'tentou potencializar a boataria' e que a pergunta foi 'um ato deliberado e consciente, com o único intuito de macular a imagem do autor do processo'.
Boulos ainda afirmou que Nunes ensaiou 'cuidadosamente' as palavras e exigiu R$ 20 mil em indenização por danos morais.
Em sua defesa, Ricardo Nunes afirmou que não cometeu qualquer tipo de ato ilícito e que as 'palavras devem ser compreendidas no ambiente da retórica política': "Foi uma resposta retórica e direta a uma acusação grave e absolutamente inverídica".
Na decisão, o juiz Claudio Marquesi citou que o episódio aconteceu em um dos últimos debates antes do pleito, 'em um momento de extrema vulnerabilidadde emocional, pois Nunes acabara de ouvir acusações muito graves sobre a sua pessoa'.
"No momento do nervosismo, intensificado pelo contexto do debate ao vivo, não conseguiu escolher palavras mais adequadas", disse o juiz, na decisão que rejeitou a ação de Boulos.
Marquesi entendeu, ainda, que o prefeito teve uma 'reação impulsiva' e não se pode afirmar que ele queria reforçar a fake news promovida por Marçal contra o deputado. Com a decisão, Boulos terá de pagar R$ 2 mil em honorários aos advogados de Nunes. O parlamentar pode recorrer.
