Weintraub compara operação contra fake news a ação nazista

"Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: LIBERDADE!", escreveu.

27 mai 2020 - 16h26
(atualizado às 16h30)

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou suas redes sociais para comparar a operação da Polícia Federal desta quarta-feira, no inquérito contra Fake News, com a ação da polícia política nazista na Alemanha de Adolph Hitler.

Ministério da Educação, Abraham Weintraub 
15/05/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ministério da Educação, Abraham Weintraub 15/05/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Judeu, o ministro disse em sua conta no Twitter que cresceu escutando as histórias da caça dos nazistas a sua família.

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"Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: LIBERDADE!", escreveu.

Em um segundo post Weintraub foi além e comparou a ação desta quarta com a Noite dos Cristais, um ataque organizado por forças paramilitares nazistas contra judeus em 1938.

"Hoje foi o dia da infâmia, vergonha nacional, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? Sieg Heil!", escreveu, referindo-se a outra expressão nazista, que pode ser traduzida como salve a vitória.

Um dos expoentes da ala ideológica do bolsonarismo, Weintraub tem ligação muito próxima com os filhos do presidente Jair Bolsonaro, especialmente o deputado Eduardo (PSL-SP) e o vereador Carlos (Republicanos). Na operação desta quarta, nomes próximos do bolsonarismo foram alvo, como o blogueiro Allan dos Santos.

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Na terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes --também responsável pelo inquérito das fake news-- deu cinco dias para Weintraub depor à PF sobre suas afirmações durante reunião ministerial. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF", disse Weintraub no encontro.

Para o ministro do STF, há "indícios de prática" de seis delitos. Weintraub poderia ser enquadrado por difamação e injúria, pelo código penal, e em outros quatro artigos da lei de segurança nacional.

O secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, também usou o Twitter para sair em defesa da rede bolsonarista.

"Alguns jornalistas e apoiadores tiveram seus equipamentos de trabalho apreendidos por decisão judicial e não poderão mais veicular, com liberdade de expressão, suas opiniões. Enquanto isso, alguns veículos continuam produzindo fake news diariamente sem serem perturbados", escreveu.

Até agora, o presidente não se manifestou sobre a operação.

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