Witzel critica pronunciamento de Bolsonaro, mas evita politizar ataques

25 mar 2020 - 15h42

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), que tem sido atacado pelo presidente Jair Bolsonaro, elogiou na manhã desta quarta-feira, 25, o que chamou de abertura ao diálogo por parte do governo federal. Ele atendeu a imprensa no Palácio Guanabara, logo após uma videoconferência entre o presidente e governadores do Sudeste, na qual Bolsonaro discutiu com o paulista João Doria (PSDB).

Sobre o bate-boca, Witzel disse que "não é o juiz da causa" e que, portanto, não iria comentar o embate. "Não vou me manifestar sobre a relação entre os dois (Doria e Bolsonaro). Eles que têm que resolver suas pendências e mágoas."

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Ao criticar o pronunciamento feito na noite de terça-feira, 24, pelo presidente, Witzel afirmou que as opiniões manifestadas por Bolsonaro não encontram respaldo nos estudos técnicos sobre o novo coronavírus. Evitou, porém, responder sobre o fato dele ter dito que os governadores do Rio e de São Paulo fazem "demagogia barata" em cima da crise.

"Não estou em campanha, o momento de eleição não é esse. Estou aqui para governar, e espero que o presidente também governe", apontou. "Como disse hoje ao senhor presidente, fui magistrado por quase duas décadas e estou acostumado a um ambiente onde as divergências acrescem às decisões."

Witzel também buscou fazer uma separação entre os discursos políticos do presidente e os atos efetivos do governo federal. Enquanto Bolsonaro não "materializar" o que diz, segundo Witzel, o governo estadual não fará nada de diferente do que está fazendo.

Ele subiu o tom, porém, quando falou de uma possível responsabilização de quem descumprir as ordens do governo estadual. "O empresário que decidir seguir o pronunciamento poderá, juntamente com quem fez o pronunciamento, ser responsabilizado por suas ações e omissões", disse, citando indiretamente o presidente.

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Na entrevista coletiva desta quarta-feira, o governador também se preocupou em citar o aspecto econômico da crise - ponto abordado no pronunciamento de Bolsonaro. Pediu para os empresários aguardarem, porque medidas para apaziguar a crise econômica estão sendo tomadas e estudadas aos poucos.

O Rio, de acordo com Witzel, já tinha um déficit de R$ 10 bilhões antes da pandemia, e o número deve dobrar, num contexto de coronavírus e de crise do petróleo.

Ele anunciou, nesta manhã, um mutirão comunitário que pretende dar 1 milhão de cestas básicas para famílias que estão no Cadastro Único. A primeira etapa do projeto, segundo o governador, terá como prioridade a Baixada Fluminense.

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