O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que considera a discussão sobre a escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho, um de descanso), tema que pode ser pautado na Câmara dos Deputados, como "perda de tempo" e "dispensável".
"Eu sou sempre favorável à questão da livre negociação entre empresa e trabalhador", afirmou o governador, acrescentando que o País é um dos que "mais regulamenta essa relação". As declarações ocorreram em entrevista à rádio Itatiaia nesta terça-feira, 12, na 29ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-29), em Baku, no Azerbaijão, país localizado entre o Leste Europeu e a Ásia Ocidental, que faz fronteira com Irã e Rússia.
A discussão do regime de escala de trabalho ocorre por meio da proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pela líder do PSOL na Casa, deputada Erika Hilton (SP), que tenta reunir assinaturas de 171 parlamentares, mínimo exigido para protocolar o texto.
Zema afirmou que não é "lei que resolve" a escala de trabalho, mas "gente responsável, que cumpre contrato". A manifestação do governador, que segue a linha do liberalismo econômico que rege seu partido, foi a primeira entre líderes estaduais sobre o projeto.
Entenda a proposta
O texto é baseado em discussões que já têm avançado em vários países sobre escalas de trabalho mais flexíveis. No Brasil, o debate ganhou impulso com o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), iniciado pelo tiktoker e vereador eleito pelo Rio de Janeiro Rick Azevedo (PSOL).
O movimento critica a jornada 6x1 por causar exaustão e afetar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, propondo mais tempo de folga para as pessoas poderem descansar, ter lazer, passar mais tempo com a família e cuidarem da própria saúde. Para isso, a proposta da deputada visa abolir a escala de seis dias de trabalho seguidos, com apenas um dia de folga.
O projeto também reduz de 44h para 36h por semana o limite de horas trabalhadas, passando a jornada para quatro dias de trabalho.