Prefeito vistoria instalações e mantém alvará do Instituto Royal

Segundo a prefeitura, não foi constatado nenhum problema nas instalações que motivasse a cassação do alvará de funcionamento

24 out 2013 - 17h23
(atualizado às 17h30)
Sede do Instituto Royal, em São Roque, interior de São Paulo, de onde ativistas retiraram 178 cachorros da raça beagle que supostamente sofriam maus-tratos ao serem usados em pesquisas
Sede do Instituto Royal, em São Roque, interior de São Paulo, de onde ativistas retiraram 178 cachorros da raça beagle que supostamente sofriam maus-tratos ao serem usados em pesquisas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após vistoria às instalações do Instituto Royal na manhã desta quinta-feira, o prefeito de São Roque (SP), Daniel de Oliveira Costa (PMDB), decidiu manter o alvará de funcionamento do centro de pesquisas, acusado por ativistas de maus-tratos a animais. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, não foi constatado qualquer problema nas partes técnica e estrutural que motivasse a cassação do alvará.

Você sabia: por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

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Além do prefeito, participaram da vistoria dois fiscais da prefeitura, dois membros da viligância sanitária e dois advogados, além do diretor de Planejamento e Meio Ambiente. A prefeitura agora aguarda os desdobramentos das investigações da Polícia Civil e do Ministério Público sobre o caso.

O prefeito informou que as condições estruturais do prédio eram muito satisfatórias. "A estrutura era invejável, com azulejo até o teto, tudo bem limpo. Os animais muito bem cuidados. O que nós vimos lá nos surpreendeu para melhor", declarou.

No local, declarou o prefeito, sobraram dezenas de ratos, que são usados como cobaias em testes laboratoriais. Havia de 30 a 40 gaiolas, cuidadas por dois funcionários que se revezam durante 24 horas. "Estavam aparentemente bem cuidados, bem alimentados", disse. Além dos ratos, o laboratório fazia testes em cães da raça beagle e coelhos, que foram levados durante a invasão por ativistas.

O prefeito comentou também sobre um porão onde ativistas suspeitam que fosse usado para maus-tratos e sacrifícios dos animais. "Isso não existe. Não vi nenhuma atividade, nenhum indício de maus-tratos", disse o prefeito.

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Instituto Royal diz que manterá pesquisas com animais
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Na madrugada de 18 de outubro, ativistas ligados à defesa dos direitos dos animais invadiram o Instituto Royal e levaram de lá 178 cães da raça beagle que eram usados em testes pré-clínicos (exames para testar a eficácia de medicamentos experimentais antes da aplicação em seres humanos).

A assessoria de imprensa do instituto nega a denúncia de maus-tratos. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maus-tratos a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada de sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz nota da empresa, ao acrescentar que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Ativistas retiram animais de instituto

Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

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Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

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Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Terra
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