Preso na manhã de hoje (27) em uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil por associação ao tráfico, o prefeito de Japeri, na Baixada Fluminense, Carlos Moraes, de 73 anos, chegou à Cidade da Polícia bastante exaltado.
Ao ser abordado pela imprensa, Moraes xingou e ameaçou jornalistas. "Vai pra p...que pariu, vai pra p… que pariu! Imprensa corrupta. Depois a gente acerta na Baixada", gritava, bastante alterado. Ao ser questionado se estava ameaçando os jornalistas, o prefeito confirmou. "Tô! Tô sim! Eu também estou sedo ameaçado", disse, em tom de revolta.
Carlos Moraes, que é filiado ao PP e está em seu terceiro mandato à frente da Prefeitura de Japeri, foi eleito em 2016 com 23.863 votos, o equivalente a 44,17% do total de votos válidos no município.
Na disputa pelo comando do executivo municipal, Carlos Moraes derrotou o atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT). Essa não é a primeira vez que Moraes se envolve com denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Em 2011, ele e Bruno Silva Santos, ex-prefeito de Japeri, foram denunciados por crimes de dispensa de licitação fora das especificações previstas em lei, sendo acusado de crime de responsabilidade por desvio de verbas públicas em proveito próprio ou alheio, em uma ação que envolvia contratos ilegais de mais de R$ 1 milhão.
Na casa do prefeito, em Nova Iguaçu, a polícia apreendeu uma pistola 9 mm, com silencioso e sem registro, carregadores, cerca de R$ 35 mil em espécie, embalados em envelopes da prefeitura e US$ 800.
Com o prefeito foram presos também o vereador Cláudio José da Silva, o Cacau, e a assessora Jenifer Aparecida Kaiser de Matos, que fazia a ligação entre os traficantes e as autoridades municipais. Também com a prisão decretada o presidente da Câmara de Vereadores, Wesley George de Oliveira, que encontra-se foragido.
Procurado pela Agência Brasil, o secretário de Comunicação da Japeri, Geraldo Perelo, disse que a prefeitura ainda estava analisando a denúncia e a consequente prisão de Carlos Morais, mas que, a princípio, a prisão era um caso particular do prefeito e não dizia respeito ao município. "Se tivermos alguma coisa mais tarde a gente te passa", disse.
A Câmara de Vereadores encontra-se em recesso e a nossa equipe não conseguiu contatos nos telefones disponíveis.