Pelo menos dois presos passaram a última noite algemados às grades fixadas em uma calçada junto à delegacia de pronto-atendimento de Canoas, na região Metropolitana de Porto Alegre. Com as casas prisionais sem vagas e as próprias unidades da polícia civil superlotadas, a solução encontrada foi alojar os detentos em espaços externos. Os apenados apenas foram encaminhados para uma cela durante a manhã de hoje.
Conforme as informações, os demais presos que já aguardavam vagas em cadeias gaúchas naquela delegacia protestaram com a chegada dos novos detentos. Para evitar eventuais agressões ou rebelião, os responsáveis decidiram mantê-los na calçada. Ainda ontem, o espaço carcerário da delegacia em questão abrigava 19 pessoas em um espaço destinado a quatro.
Ainda em novembro, um caso semelhante foi registrado em Porto Alegre. Pelo menos três homens detidos pelo policiamento ostensivo permaneceram algemados a lixeiras e também dentro de carros da Brigada Militar em frente ao Palácio da Polícia. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) gaúcha já se comprometeu a construir novas unidades de triagem e recentemente acenou com a construção de presídios federais no Rio Grande do Sul.
Além disso, o secretário Cezar Schirmer determinou a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Conforme a polícia, inicialmente os presos -que seriam foragidos do sistema prisional- aguardavam vaga dentro de viaturas, mas solicitaram a saída em virtude do calor.
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