Profissionais cubanos chegam à Bahia para trabalhar no Mais Médicos

26 out 2013 - 20h25
Médicos cubanos foram saudados em sua chegada a Salvador
Médicos cubanos foram saudados em sua chegada a Salvador
Foto: Ana Carolina Araújo / Especial para Terra

Chegaram a Salvador por volta das 8h deste sábado 85 médicos cubanos que estavam em Vitória (ES), participando de treinamentos para o programa Mais Médicos, do governo federal. Eles fazem parte do segundo grupo de médicos intercambistas que atuará na Bahia nos próximos três anos. Até amanhã, pousarão no Estado um total de 310 profissionais, dos quais 277 se graduaram fora do Brasil, incluindo brasileiros, cubanos, venezuelanos, portugueses e espanhóis.

Na segunda-feira, o grupo começa a frequentar um curso sobre as características da assistência à saúde na Bahia, além de receber cartilhas específicas sobre as regiões onde irão atuar. Na próxima sexta-feira, os médicos seguem para seus postos definitivos. De acordo com o coordenador estadual do programa, Washington Abreu, algumas vagas ainda serão remanejadas por causa de situações específicas. "Temos, por exemplo, casais que vieram, e que precisarão ser alocados na mesma cidade", explicou, salientando que cerca de 130 cidades baianas serão alcançadas nessa etapa de contratações.

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Ainda de acordo com Abreu, a pressão da categoria sobre a questão da revalidação dos diplomas dos profissionais estrangeiros diminuiu após a regulamentação do Mais Médicos em Brasília. "Eles poderão trabalhar por três anos aqui, e, se quiserem continuar, terão que fazer o Revalida. A regra agora está clara, e acho que chegamos a um bom termo", concluiu.

Estão na Bahia a maioria dos municípios que solicitaram médicos através do programa. Por isso, segundo o coordenador, os médicos que chegam não sanam sequer metade da necessidade de profissionais. Entretanto, tanto o Estado quanto o município de Salvador estão convocando todos os candidatos aprovados nos recentes concursos públicos.

Cidade a receber mais médicos do programa no Estado, Salvador teve 56 vagas na primeira etapa, mas, dos 38 aprovados, apenas 18 assumiram seus postos, sendo 12 brasileiros e seis estrangeiros. Os recém-chegados serão lotados no Subúrbio Ferroviário, Valéria e Cajazeiras, onde há maior demanda de médicos de assistência básica.

Vestidas com roupas típicas, baianas presentearam médicos no desembarque
Foto: Ana Carolina Araújo / Especial para Terra

O secretário de saúde do Estado da Bahia, Jorge Solla, destacou que 10 médicos do programa serão alocados em comunidades indígenas do Estado, a pedido de organizações das próprias regiões. "Na primeira etapa do Mais Médicos foram atendidas áreas indígenas na região norte, agora chegou a vez da Bahia. Essas equipes trabalharão junto à superintendência de saúde indígena da Sesab."

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De acordo com a secretária executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Eva Chiavon, que veio a Salvador para receber os médicos cubanos na Base Aérea, foi priorizado o atendimento a municípios com mais de 20% da população vivendo abaixo da linha da miséria. Ela explica que, nesta etapa, por causa das condições sociais do Estado, a Bahia recebe o mesmo número de médicos de São Paulo. "Entendemos que, se a atenção básica for melhorada, diminuiremos a pressão sobre o sistema hospitalar e o atendimento do SUS será otimizado de forma global", analisa.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

 

Fonte: Especial para Terra
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