O PT de São Paulo disse neste sábado que o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), veta o projeto de lei que daria fim ao uso de bala de borracha por policiais militares e civis no “apagar das luzes” de 2014.
"Essa é a forma como (Geraldo) Alckmin historicamente se relaciona com a sociedade: aproveita o recesso parlamentar, o apagar das luzes da Assembleia Legislativa para vetar um projeto que vem sendo exigido pelos mais amplos setores da sociedade, sem nenhuma tentativa de diálogo", afirmou o deputado estadual João Paulo Rillo (PT-SP), em nota enviada à imprensa.
O veto foi publicado no Diário Oficial deste sábado. O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no dia 3 de dezembro e teve apoio de grupos da sociedade civil, como a Anistia Internacional, que lamentou o veto dado por Alckmin e disse que o governo paulista não dá protocolos aos policiais em caso de armas não letais.
Na decisão pelo veto, o governador disse que a polícia necessita de liberdade. “A polícia tem protocolos. Precisa ter liberdade dentro dos seus protocolos de trabalho, dentro da sua competência, para poder administrar a maneira como estabelece a ordem pública, protege os cidadãos.”
Na justificativa da proposta, os parlamentares petistas, que propuseram a lei, lembram-se das várias pessoas atingidas por esse tipo de munição durante as manifestações de junho e que sofreram ferimentos graves.
Dentre elas, o fotógrafo Sérgio Andrade da Silva que foi atingido por uma bala de borracha em manifestação em 2013 e ficou cego do olho esquerdo.