PT começa a organizar transição, mas espera aval definitivo de Lula apenas depois de decisão do STF

5 set 2018 - 14h19

O PT já começa a organizar a transição da candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva para Fernando Haddad, mas ainda espera o aval definitivo do ex-presidente, o que só deve ocorrer depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de liminar para registrar a candidatura de Lula, disseram à Reuters fontes que acompanham de perto o assunto.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante protesto em São Bernardo do Campo (SP)
07/04/2018
REUTERS/Leonardo Benassatto
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante protesto em São Bernardo do Campo (SP) 07/04/2018 REUTERS/Leonardo Benassatto
Foto: Reuters

O partido esperava um sinal mais claro de Lula na segunda-feira, em reunião com advogados e com Fernando Haddad, de como e quando seria feita a transição. Mas, para frustração do candidato à vice, Lula insistiu em manter todos os recursos possíveis, disseram à Reuters fontes que foram informadas sobre a conversa.

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O clima teria mudado a partir de terça-feira quando, em mais uma rodada de conversas com os advogados, Lula teria sido convencido, ainda que a contragosto, de que, mesmo com uma liminar concedida pelo STF, o partido poderia terminar tendo toda a chapa derrubada.

De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, a argumentação é de que uma liminar concedida pelo STF pode garantir momentaneamente o registro do ex-presidente. No entanto, se ela for derrubada a partir do dia 18 deste mês o partido não teria como registrar mais ninguém e ficaria fora da eleição. A data limite para troca de candidatos é 17 de setembro.

Lula teria concordado com a argumentação, mas ainda espera a decisão do STF sobre a liminar pedida. Se for negada, o partido tem até o dia 11, prazo específico determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para indicar quem deve substituir o ex-presidente na cabeça de chapa.

O registro de Lula, que liderou as pesquisas de intenção de voto até agora, foi negado pelo TSE na madrugada de sábado, com base na Lei da Ficha Limpa, já que o ex-presidente foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e cumpre pena em Curitiba.

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TRANSIÇÃO

De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, o PCdoB, que tem Manuela D'Ávila a espera de ser confirmada como vice na chapa, já foi avisado de que a decisão deve vir nos próximos dias e os partidos começam a preparar uma agenda envolvendo Manuela e Haddad.

Lula deve preparar uma carta para ser divulgada ungindo Haddad como seu substituto, a ser lida em atos pelo país e também nas redes sociais. O partido também tem um vídeo, gravado pelo ex-presidente antes de ser preso, que será usado na propaganda eleitoral.

Em público, o partido estuda que Haddad apareça pela primeira vez como candidato a presidente em um ato com artistas e intelectuais na noite do dia 10, em São Paulo. Mas está sendo estudada a possibilidade de um ato em Curitiba, onde Lula está preso, e cidade que virou um símbolo de resistência para o PT.

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