O PT não ficou calado frente às acusações feitas por Aécio Neves (PSDB) neste sábado. Em nota oficial, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, disse que o tucano "partiu para a agressão rasteira" e "demonstrou descontrole". Em seguida, ainda o ironizou ao citar investigações recentes de supostos casos de corrupção que envolvem membros do PSDB.
"Aécio faz coro a denúncias sem provas veiculadas pela imprensa a partir de um processo de delação premiada, que, em si, já carrega toda a suspeição comum a esses procedimentos. Por outro lado, é cômico ouvir alguém do PSDB falar em 'dinheiro sujo da corrupção' justamente às vésperas do julgamento do 'mensalão mineiro' e quando a imprensa nacional noticia um pesado esquema de corrupção nas obras do Metrô de São Paulo. Sem esquecer, obviamente, do absurdo uso de dinheiro público para construir um aeroporto na fazenda de um parente do candidato", disse no comunicado.
As declarações de Rui dizem respeito a um depoimento do tucano feito sobre a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Aécio afirmou que as denúncias do ex-diretor “configuram um novo esquema do Mensalão” por meio de “desvios de recursos da estatal para abastecer parlamentares que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff”.
"Ao contrário do que diz o candidato, o PT não precisa de subterfúgios para se manter no poder. Nossa luta é na rua, batalhando voto a voto a preferência dos eleitores. Se quer realmente nos 'tirar do poder de forma definitiva', como afirmou no vídeo, deve seguir o consagrado caminho do debate democrático de alto nível, e não usar acusações chulas e sem fundamento", completou na nota.
Por fim, Rui afirmou que já entrou em contato com advogados para tomar providências jurídicas. "O candidato Aécio, até pelo sobrenome que carrega, deveria pelo menos manter a dignidade enquanto caminha para a irrelevância", finalizou.
Entenda o caso
A revista Veja divulgou neste fim de semana uma suposta lista de políticos delatados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele fez acordo de delação premiada com a Polícia Federal para reduzir sua pena no processo da operação Lava-Jato.
Entre os citados estão o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB); o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB); os senadores Ciro Nogueira (PP) e Romero Jucá (PMDB); os deputados Cândido Vaccarezza (PT) e João Pizzolatti (PT); os ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Campos (morto, ex-PSB); e a atual governadora Roseana Sarney (PMDB).
Logo depois, os partidos da oposição começaram a se articular para retomar as investigações da CPI da Petrobras com mais força.