PT registra candidatura de Lula em "ato de soberania popular"

15 ago 2018 - 18h48
(atualizado às 19h52)

O registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um "ato de soberania popular" e não há nada que impeça a participação dele na campanha, disse nesta quarta-feira o candidato a vice na chapa presidencial petista, Fernando Haddad.

Milhares de simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazem passeata em Brasília
14/08/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Milhares de simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazem passeata em Brasília 14/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A candidatura de Lula --líder nas pesquisas de intenção de voto e preso desde abril cumprindo pena após condenação na Lava Jato-- foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral às 17h12.

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"As pessoas acharam que o Lula não ia ficar bem nas pesquisas, que o povo não ia seguir sua liderança, o que aconteceu foi exatamente o contrário. O presidente Lula subiu nas pesquisas, mantém a liderança em todos os cenários, ganha no primeiro turno em vários deles", disse Haddad a jornalistas.

"O que a gente fez aqui foi um ato de defesa da soberania popular. Se o povo quer votar no presidente Lula, o povo tem esse direito. E esse documento assegurará o direito de brasileiros e brasileiras reconduzirem Lula presidente", acrescentou Haddad, ainda no gabinete em que o pedido foi registrado.

O ex-prefeito de São Paulo afirmou que Lula é, de longe, "a pessoa mais qualificada para tirar o país da crise, é uma liderança mundial reconhecida por vários chefes de Estado e intelectuais e é o maior líder da história do Brasil".

"É em função disso que, sob a liderança da presidenta (do PT) Gleisi (Hoffmann), nós caminhamos a passos muito difíceis de abril para cá, mas chegamos reunidos em torno dessa liderança e com a certeza de que ele vencerá nas eleições", disse.

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Aliados do ex-presidente fizeram questão de comparecer pessoalmente ao TSE para o momento do registro de candidatura, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff e a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB), que deverá ser deslocada para vice quando a situação de Lula se resolver.

Após o registro de candidatura, Haddad deixou o prédio do tribunal e deu uma entrevista coletiva à imprensa. Ele disse acreditar que o TSE vai ser "sensível" ao pleito da coligação que apoia o ex-presidente e que não há "nenhum dispositivo" que impeça o ex-presidente de concorrer novamente ao Palácio do Planalto.

Condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex no Guarujá (SP), Lula deve ser barrado em função da Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente alega inocência e diz ser alvo de perseguição política para impedi-lo de disputar a eleição.

"Sou vítima de uma caçada judicial que já está registrada na história", afirmou Lula em "carta aos brasileiros", divulgada por seus aliados após o registro da candidatura. "Tenho certeza de que se a Constituição Federal e as leis desse país ainda tiverem algum valor serei absolvido pelas cortes superiores."

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Na carta, Lula faz um apelo à militância e lista feitos dos governos do PT.

"Cada um de vocês terá que ser Lula fazendo campanha pelo Brasil, lembrando ao povo brasileiro que nos governos do PT o povo trabalhador teve mais emprego, maiores salários e melhores condições de vida."

O ex-presidente --que divulgou ter um patrimônio de 7,9 milhões de reais-- foi o último dos 13 candidatos a presidente a fazer o registro. O prazo se encerrava nesta quarta-feira às 19 horas.

Em seguida ao registro, a comitiva dos políticos deixou o prédio para se reunir com uma multidão de cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, de apoiadores do ex-presidente. Esse grupo chegou à capital vindo de várias partes do país desde o início da semana.

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