A maior parte dos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 é negra. De acordo com dados divulgados hoje (9) pelo Ministério da Educação (MEC), 4,9 milhões de candidatos, que equivalem a 57,81% do total, são negros.
Cerca de 8,5 milhões de candidatos se inscreveram para a edição atual do Enem, cuja inscrições terminaram na última sexta-feira (5). As provas serão nos dias 24 e 25 de outubro em mais de 1,7 mil cidades.
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A porcentagem de negros no Enem aumentou em relação às últimas edições. Em 2012, os negros representavam 53,1% dos candidatos e em 2013, 55,4%. Em 2014, os dados dos inscritos por raça foram divulgados apenas quando as inscrições foram confirmadas – das 9,5 milhões de inscrições, 8,7 milhões foram confirmadas, e os negros representaram 57,9%.
Em 2015, os brancos representam 37,47%, os amarelos, 2,05% e os indígenas, a menor porcentagem, 0,59%. Outros 2,08% não declararam. Do total de candidatos 12,63% se disseram negros e 45,18%, pardos.
Os dados ainda são preliminares, e as inscrições confirmadas apenas após o pagamento da taxa de R$ 63. O prazo para que isso seja feito termina às 21h59 de amanhã (10). Concluintes do ensino médio em escolas públicas e pessoas que declararam carência são isentos.
Ainda de acordo com dados do MEC, 1,7 mil candidatos são idosos e solicitaram atendimento específico. Entre as mulheres, 8,2 mil estão gestantes e 10,6 mil estão em fase de amamentação. Os sabatistas – pessoas que guardam o sábado,e por isso têm horário de prova diferenciado – são 70,8 mil; e 646 são estudantes em situação de classe hospitalar.
Entre os que solicitaram atendimento especializado, 20,9 mil são pessoas com deficiência física, 10,9 mil são pessoas com baixa visão; 7,1 mil têm deficiência auditiva e 7,2 mil registraram déficit de atenção. Os demais atendimentos foram solicitados por pessoas com visão monocular (3,2 mil), dislexia (2,4 mil), deficiência intelectual (2,4 mil), surdez (2 mil), cegueira (1,3 mil), autismo (505), discalculia (427) e surdocegueira (40). Outros 2,6 mil candidatos solicitaram atendimento especializado por outra deficiência ou condição especial.
"Nós estamos cada vez mais atentos ao lado de acolhimento. Podem ser poucas pessoas, mas, por exemplo, as 40 pessoas que declararam surdocegueira, são pessoas que necessitam de acolhimento muito forte. Como se vê pela definição, não adquirem informação nem pelo som, nem pela visão, então há procedimentos extremamente qualificados de inclusão delas. Há pessoas que têm discalculia, ou seja, tem dificuldade com números", diz o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. "Isso, antigamente, seria uma condenação da pessoa. Ela não conseguiria prosseguir na escolaridade, talvez não conseguisse nem terminar o fundamental I. Atualmente, essas pessoas podem fazer curso universitário sim", acrescenta.