A quebra de sigilo bancário de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, revelou que foram depositados 21 cheques na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016, totalizando R$72 mil.
A informação foi divulgada pela revista Crusoé nesta sexta-feira (7) e diz que os extratos colocam em dúvida a justificativa sobre empréstimos defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Após a notícia vir à tona, o jornal Folha de S.Paulo apurou que o valor do repasse foi maior, chegando a R$76 mil. Até o momento, as transações de Queiroz apontavam uma quantia de R$24 mil destinada à esposa do líder brasileiro.
Bolsonaro, por sua vez, sempre disse que o ex-assessor de seu filho repassou a Michelle 10 cheques de R$4 mil cada para pagar uma dívida de R$40 mil.
Apesar disso, a revista Crusoé revelou que o valor soma R$72 mil, e não os R$24 mil divulgados inicialmente e nem os R$40 mil confirmados pelo presidente.
Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, Queiroz depositou R$36 mil para Michelle, de outubro de 2011 a abril de 2013, em 12 cheques de R$3 mil. Logo depois, de abril a dezembro de 2016, ele repassou R$40 mil em 10 cheques de R$4 mil.
Além dos 21 depósitos, Michelle Bolsonaro também recebeu dinheiro da mulher do ex-assessor. A quebra de sigilos de Márcia Aguiar também revela que ela depositou R$17 mil na conta da primeira-dama entre janeiro e junho de 2011. Ao todo, foram cinco cheques de R$3 mil e um de R$2 mil.
Com isso, Michelle recebeu 89 mil de 2011 e 2016, em um total de 27 transações.
Os extratos bancários são de 2007 a 2018 e não comprovam o empréstimo alegado por Bolsonaro.
O detalhamento dos depósitos do ex-assessor foram anexados ao inquérito sobre o suposto esquema de rachadinha envolvendo o gabinete de Flávio Bolsonaro.
Após a revelação da revista Crusoé, internautas apelidaram a primeira-dama de "Micheque". A expressão é um dos assuntos mais comentados do Twitter nesta sexta-feira.
Queiroz é investigado em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e por lavagem de dinheiro. Ele foi preso no dia 18 de junho em Atibaia, no interior de São Paulo. A casa onde ele foi encontrado pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
Atualmente, ele está em prisão domiciliar, depois que o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, decidiu atender um pedido da defesa do ex-assessor.