Relator vota por suspensão de quebra de sigilos de Flávio Bolsonaro, conclusão de julgamento é adiada

28 jan 2020 - 17h53

Um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro votou nesta terça-feira pela suspensão da quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), autorizada no âmbito das investigações sobre se o parlamentar recolhia parte dos salários de assessores na Assembleia Legislativa do Estado, mas a decisão final foi adiada.

Senador Flávio Bolsonaro no Palácio do Planalto
16/07/2019 REUTERS/Adriano Machado
Senador Flávio Bolsonaro no Palácio do Planalto 16/07/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Outras duas desembargadoras que precisam votar no caso pediram mais tempo para analisar a matéria, informou o Tribunal de Justiça fluminense.

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Ainda que não definitivo, o voto foi comemorado pela defesa de Flávio, que é filho do presidente Jair Bolsonaro. Para o advogado que representa o parlamentar, a justiça está sendo feita.

O voto para conceder um habeas corpus favorável à suspensão da quebra dos sigilos de Flávio Bolsonaro foi tomada pelo desembargador da 3ª Câmara Criminal do Rio Antonio Carlos Amado. Após o pronunciamento do relator do caso, as desembargadoras Suemei Cavalieri e Monica Toledo de Oliveira solicitaram pedido de vistas para analisar melhor o caso.

"Não há previsão de quando o processo volta à pauta de julgamentos", informou o TJ em nota.

No ano passado, o juiz Flávio Itabaiana determinou a quebra dos sigilos do filho do presidente e de pessoas próximas a ele no âmbito das investigações do caso que ficou conhecido como "rachadinha da Alerj". Fabricio Queiroz, assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, é acusado de recolher parte dos vencimentos dos funcionários do gabinete do parlamentar em favor do filho do presidente.

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Dados do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) apontaram para movimentações financeiras atípicas nas contas de Queiroz e de Flávio. As investigações do caso chegaram a ser paralisadas por conta de uma liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, mas a decisão foi posteriormente derrubada pela corte.

A defesa de Flávio nega a prática de rachadinha e o advogado Frederick Wasseff, que representa o filho do presidente, garantiu que seu cliente é "100% inocente" e "alvo de perseguição de forças obscuras do Rio de Janeiro" que, segundo ele, querem atacar a família do presidente da República.

"Hoje foi uma vitória do Direito e a Justiça fazendo justiça. Estou confiante que o Poder Judiciário cumprirá seu papel julgando conforme as provas dos autos. Flávio é 100% inocente e vítima de sucessivas arbitrariedades e ilegalidades", disse.

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