Republicanos vão "conversar" sobre filiação de Bolsonaro

"Tem alguns deputados que acham bom", disse o deputado Marcos Pereira, presidente do partido

15 out 2019 - 13h15
(atualizado às 13h34)
Marcos Pereira durante entrevista à Reuters em Brasília
26/01/2017 REUTERS/Adriano Machado
Marcos Pereira durante entrevista à Reuters em Brasília 26/01/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Apontado como um dos partidos que poderiam receber o presidente Jair Bolsonaro e os demais insatisfeitos do PSL, o Republicanos - antigo PRB - analisa com cautela a possibilidade. Segundo o presidente da legenda, o deputado Marcos Pereira (SP), não há nada de concreto nesse movimento e é preciso ter calma nesse momento.

"Tem alguns deputados que acham bom. Minha orientação é conversar", disse Pereira à Reuters.

Publicidade

O Republicanos é um dos partidos do chamado centrão e, até agora, tem se mantido independente e sem cargos no primeiro escalão do governo.

Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo - um dos apoiadores de Bolsonaro - o partido seria um dos caminhos para o presidente, que tem se aproximado cada vez mais dos evangélicos.

Mas existem conversas se iniciando também com outros partidos interessados em abrigar a ala de parlamentares insatisfeitos do PSL, cujo presidente, deputado Luciano Bivar (PE), foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Sob risco de ser expulsa com outros colegas de bancada, a deputada Alê Santos (PSL-MG) confirma que recebeu um convite do Podemos.

"O Podemos me fez um convite formal através do senador Alvaro Dias. Estamos em conversação", disse à Reuters.

Publicidade

A deputada disse que espera o resultado de uma reunião do PSL, marcada para esta tarde, para saber seu futuro. Alê disse ainda que, no seu caso, seria melhor a expulsão, mas precisa esperar o resultado porque teria ouvido, através de uma pessoa de confiança, que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio --presidente do PSL em Minas-- preferia não expulsá-la e "sangrá-lá até o final do mandato".

A deputada é uma das testemunhas contra Álvaro Antônio na investigação sobre o uso de laranjas na campanha de Minas Gerais. A deputada disse à Polícia Federal que foi duas vezes ameaçada de morte pelo ministro. Outros 19 deputados estão no grupo que declarou apoio a Bolsonaro e articula, com o presidente, uma maneira de deixar o PSL sem perder o mandato. Pela lei, deputados que deixarem seu partido se uma "justa causa" podem perder o mandato para a legenda.

Os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, têm afirmado que a alegada falta de transparência do PSL com as contas partidárias é uma justa causa para a desfiliação. Os dois advogados têm mantido reuniões privadas com Bolsonaro. Bivar foi alvo de operação de busca e apreensão feitas pela Polícia Federal nesta terça no âmbito de uma investigação sobre suspeita de fraudes no uso de recursos do fundo partidário em candidaturas-laranjas do partido.

Veja também:

Apoiadores de Bolsonaro de plantão no Alvorada
Video Player
Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se