Resgate de beagles é 'momento histórico', diz Luisa Mell a deputados

Ativista dos direitos dos animais, apresentadora de TV participou de audiência pública na Câmara sobre o Instituto Royal

29 out 2013 - 20h39
(atualizado às 20h39)
Apresentadora divulgou no Facebook foto de sua reunião com o presidente da Câmara, Henrique Alves (dir.)
Apresentadora divulgou no Facebook foto de sua reunião com o presidente da Câmara, Henrique Alves (dir.)
Foto: Facebook / Reprodução

A atriz e apresentadora de TV Luisa Mell, ativista da causa animal, pediu nesta terça-feira uma investigação plena das atividades do Instituto Royal, acusado de maus-tratos a cães da raça beagle em pesquisas científicas. "Temos que aproveitar esse momento histórico do nosso País para evitar que os animais sejam massacrados", afirmou, durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara para debater as denúncias de abusos de animais nos testes científicos realizados no laboratório do instituto em São Roque, no interior de São Paulo. As informações são da Agência Câmara.

Você sabia: por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

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Luisa criticou a ausência de representantes do Conselho de Controle de Experimentação Animal (Concea) e do Instituto Royal na audiência. O instituto foi representado pelo advogado Alexandre Domingos Serafim, sob a alegação de que a diretora-geral do Instituto Royal, Silvia Ortiz, e os funcionários chamados para o debate não puderam comparecer porque estão tentando recuperar o laboratório e fazer o inventário das perdas sofridas com a invasão ocorrida no último dia 18, quando ativistas libertaram 178 cães da raça beagle que estariam sofrendo maus-tratos.

A apresentadora, que participou da invasão, ressaltou que, quando os ativistas entraram para resgatar os beagles, constataram que eles estavam sobre as próprias fezes. O biólogo que realizou a inspeção do laboratório neste ano a pedido do Ministério Público havia informado que eles dormiam e se alimentavam sobre as fezes.

Luisa Mell pediu ainda o fim dos testes com animais para produção de cosméticos e produtos de limpeza, e também da sua utilização no ensino.

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Reunião com Alves

Em sua página no Facebook, Luisa Mell divulgou uma foto de sua reunião com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em que a apresentadora apresentou demandas de entidades que lutam pelos direitos dos animais. No encontro, intermediado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Fiesp), Paulo Skaf, Luisa pediu ao presidente da Câmara agilidade na tramitação de leis que tratem do assunto.

"Com a ajuda do querido Paulo Skaf presidente da FIESP consegui uma reunião agora com o presidente da Câmara dos deputados Henrique Eduardo Alves pedi ajuda p proibição imediata p testes em animais em cosméticos e produtos de limpeza em todo território nacional, pedi tb q coloque rapidamente em votação uma lei de políticas públicas p castração de cães e gatos em todo o território nacional", disse Luisa na rede social.

"A reunião foi ótima!", comemorou a apresentadora, que disse ainda ter pedido a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Instituto Royal.

Ativistas retiram animais de instituto

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Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

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Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

Fonte: Terra
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