Chegaram a Brasília no fim da manhã desta quinta-feira os restos mortais do ex-presidente João Goulart, que foi deposto do cargo em um golpe de Estado em 1964, quando foi instalado um regime militar no País. O material passará por análise pericial para apurar a suspeita de assassinato por envenenamento.
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A chegada da urna com os restos mortais contou com uma cerimônia fúnebre com honras militares e todo o cerimonial voltado a chefes de Estado. O corpo foi recebido pela presidente Dilma Rousseff e os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva. Fernando Henrique Cardoso se ausentou por estar passando por um tratamento contra diverticulite.
Os restos mortais de Jango, como era conhecido o ex-presidente, foram exumados na última quarta-feira na cidade de São Borja (RS). Após a cerimônia, eles serão enviados ao Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, que buscará vestígios de envenenamento. Os restos mortais do ex-presidente retornam à cidade gaúcha no dia 6 de dezembro, data de sua morte.
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A apuração é um pedido da Comissão Nacional da Verdade, colegiado incumbido de investigar violações de crimes contra direitos humanos entre 1946 a 1988, período que compreende a ditadura militar (1964-1985). Existe uma suspeita de que João Goulart teria sido assassinado por envenenamento em 1976, quando estava exilado na Argentina.
A ação poderia ter sido executada por agentes uruguaios no âmbito da Operação Condor, uma aliança entre os regimes militares sul-americanos, a pedido do governo brasileiro.
A solenidade de recepção aos restos mortais de Jango conta com salva de 21 tiros de canhão, execução do Hino Nacional e da marcha fúnebre. O corpo foi transportado em aeronave da Força Aérea Brasileira. A cerimônia é reservada a um grupo de 150 convidados e acontece na Base Aérea de Brasília.
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13 de novembro - Familiares, autoridades e cidadãos acompanham o procedimento, porém, apenas peritos têm acesso ao jazigo
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos
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13 de novembro - Peritos antes do início dos trabalhos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja (RS) nesta quarta-feira
Foto: Itamar Aguiar
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13 de novembro - Exames fazem parte dos esforços da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para determinar se Jango foi ou não assassinado durante a ditadura militar
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos
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13 de novembro - Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), esteve no local da exumação de Jango na manhã desta quarta-feira
Foto: Luiz Roese
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13 de novembro - Estrutura foi montada no entorno do cemitério para acompanhar os trabalhos
Foto: Luiz Roese
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13 de novembro - Tarso Genro ficou por cerca de uma hora no cemitério Jardim da Paz
Foto: Luiz Roese
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13 de novembro - Urna com os restos mortais do ex-presidente será traslado até Santa Maria, de onde seguirá rumo a Brasília
Foto: Luiz Roese
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14 de novembro - Avião com os restos mortais do ex-presidente chega ao Palácio do Planalto
Foto: Diogo Alcântara
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14 de novembro - A presidente Dilma Rousseff, membros do governo e familiares de Jango participam da cerimônia em Brasília
Foto: Diogo Alcântara
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14 de novembro - Ao lado da viúva de Jango, Maria Teresa Goulart (dir.), Dilma deposita flores sobre o caixão do ex-presidente
Foto: Beto Nociti
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14 de novembro - Dilma entrega bandeira do Brasil à viúva de João Goulart, Maria Teresa Goulart, durante cerimônia em homenagem ao ex-presidente