Rio usa peixe barrigudinho no combate ao Aedes aegypti

6 jan 2016 - 07h59
De rápida reprodução, os barrigudinhos sobrevivem em locais com pouca oxigenação e se alimentam de matéria orgânica, evitando o desenvolvimento das larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya
De rápida reprodução, os barrigudinhos sobrevivem em locais com pouca oxigenação e se alimentam de matéria orgânica, evitando o desenvolvimento das larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya
Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro

Pequenino e faminto, o peixe Poecilia Reticulada é mais que um peixinho bonito para aquários. Também conhecido como lebiste ou barrigudinho, ele vem sendo usado há três anos pela Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti. 

De rápida reprodução, os barrigudinhos sobrevivem em locais com pouca oxigenação e se alimentam de matéria orgânica, evitando o desenvolvimento das larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

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O coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde, Marcus Vinícius Ferreira, informou que, juntamente com uma série de ações e a ajuda da população, o peixinho contribuiu para a importante queda do índice de infestação e casos de dengue na capital fluminense.

“Em qualquer epidemia no passado, o Rio de Janeiro contribuía com cerca de 55% dos casos do estado. Atualmente, somente os casos da capital contribuem em cerca de 25%. Proporcionalmente, a participação do Rio é cada vez menor e a população continua crescendo,” afirmou Ferreira.

“O peixinho ajuda na eliminação da proliferação do mosquito. Como ele elimina muitas larvas, acaba com uma geração de mosquitos. O agente tem certeza do controle nos locais onde estão os peixes e podem fazer vistorias com maior qualidade e quantitativo em outros pontos.” Segundo o coordenador, em 2015 foram registrados cerca de 17,7 mil casos de dengue no município. Em 2012 foram 130 mil.

De acordo com Marcus Vinícius, alguns desses peixes têm menos de um centímetro e normalmente são confundidos com larvas. Eles são usados principalmente em depósitos, piscinas abandonadas, fontes, charcos e lagos. As inspeções nesses locais são feitas quinzenalmente. Caso haja necessidade dos peixinhos, a própria população pode procurar a prefeitura.

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Ferreira informou que o peixinho não basta no combate à dengue. Acrescentou que a participação da população na eliminação do criadouro é fundamental. “É importante manter a caixa d'água fechada adequadamente, fazer a limpeza do ralo uma vez por semana."

Segundo ele, o percentual de imóveis pendentes (fechados ou com moradores que não permitem entrada de agentes de saúde) reduziu nos últimos anos graças à conscientização da população.

“O percentual era de cerca de 40% e atualmente está abaixo de 20%.” Pedidos de vistoria ou denúncia de focos do Aedes aegypti podem ser feitos à Central de Atendimento da Prefeitura (1746). A estimativa é que 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das casas.

Em 2015, foram feitas cerca de 9,6 milhões de visitas de inspeção a imóveis em toda a cidade, eliminando mais de um milhão de depósitos e tratando outros 3,15 milhões. Também no ano passado, foram feitas mais de 1,1 notificações em imóveis fechados, com 87 publicações em Diário Oficial do Município para entrada compulsória.

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Agência Brasil
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