O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebeu na quinta-feira à tarde lideranças indígenas e proprietários de terras no Estado do Rio Grande do Sul para tratar de conflitos fundiários nas regiões de Mato Preto, Irapuá (ambos da etnia Guarani) e Passo Grande do Rio Forquilha (etnia Kaingangue).
As lideranças indígenas de Mato Preto concordaram em reduzir para 600 hectares (um hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol oficial) a área que havia sido pleiteada por eles anteriormente, de 4 mil hectares. De acordo com o ministro, falta os proprietários da região concordarem com essa nova delimitação.
Cardozo disse que além do Ministério da Justiça, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Advocacia-Geral da União e a Fundação Nacional do Índio devem se reunir com os proprietários para que haja um acordo. "A melhor solução para os conflitos é a mediação. Ninguém espera que as pessoas abram mão de direitos. Mas ajustar direitos, encontrar saídas adequadas, sem conflitos e com pacificação, é o caminho", disse Cardozo.
Lideranças indígenas kaingangues dos territórios Votouro-Kandoia, em Faxinalzinho, e Rio dos Índios, em Vicente Dutra, não compareceram ao encontro. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, os kaingangues decidiram não ir a Brasília e aguardam a presença de Cardozo nos territórios, para negociações, uma vez que ele já teria se comprometido a ir. No entanto, o cacique da região de Passo Grande do Rio Forquilha, pertencente à mesma etnia, resolveu ir ao encontro do ministro na capital federal.
Diante da ausência de alguns caciques, Cardozo explicou que está à disposição para o diálogo, e acrescentou que essa é uma questão "prioritária" do governo. "Nós vamos ao limite das nossas possibilidades para fazermos o diálogo. Havendo a disposição, nós remarcaremos; eu disponibilizo a minha agenda", ressaltou.