A paralisação e bloqueios de caminhoneiros nas estradas federais e estaduais do Rio Grande do Sul, iniciado no começo da semana, já apresenta reflexos nas prateleiras dos supermercados e na produção das indústrias. Algumas regiões sofrem com a falta de abastecimento e a previsão é de que até o final da semana produtos como leite, hortifrútis e carne já não sejam mais encontrados no mercado.
Leite
O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do País. São 13 milhões de litros processados diariamente. Com a paralisação, indústrias relatam que até 80% da produção está sendo jogada fora. A previsão é de que até o final da semana comece a falta o produto nas prateleiras.
Por conta disso, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, se reune com a Secretaria Estadual de Agricultura e com o governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), para buscar ajuda. Isso porque as decisões judiciais que determinaram o desbloqueio não tem sido cumpridas nas rodovias.
Supermercados
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) relata que lojas estão com dificuldades para receber carnes e hortifrútis, produtos mais perecíveis, e que necessitam de reposição maior de estoque.
Na região metropolitana de Porto Alegre a preocupação é com o abastecimento de frutas e verduras, que não deve durar até final da semana. Sendo que o dia mais complicado deve ser amanhã, quinta-feira, quando ocorre o maior movimento na Ceasa, principal fonte de abastecimento.
Na região sul do Estado caminhões tiveram problemas para chegar à cidade de Pelotas com carregamento de carne. Mesmo depois de conseguirem fazer a entrega, ficaram parados sem conseguir voltar.
Em relação a outros produtos como massas, arroz e feijão os estoques ainda devem durar por mais uma semana.
Justiça libera estradas
A Advocacia Geral da União (AGU) entrou com ações para a liberação das estradas em vários Estados. Já foram emitidas decisões favoráveis para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Na terça-feira o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul atendeu um pedido da empresa da BRF para que os caminhões não sejam impedidos de transitar nas rodovias estaduais RS-324 e RSC-153, sob pena de R$ 5 mil por veículo impedido de passar.