SP e Nova Délhi são as piores metrópoles em violência sexual

16 out 2017 - 12h40
(atualizado às 12h50)

Cinco anos após o estupro coletivo fatal de uma estudante em um ônibus em Nova Délhi, a capital indiana apareceu nesta segunda-feira ao lado de São Paulo como uma das piores megalópoles do mundo em termos de violência sexual contra mulheres, mostrou uma pesquisa da Thomson Reuters Foundation.

Mulher protesta contra o machismo em São Paulo
Mulher protesta contra o machismo em São Paulo
Foto: Reuters

O ataque de dezembro de 2012 contra uma mulher de 23 anos foi um divisor de águas na luta pelos direitos femininos na Índia, a maior democracia do planeta, levando milhares de pessoas às ruas para exigir ações contra os ataques sexuais crescentes.

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A revolta pública não só obrigou as autoridades a fortalecerem as leis de gênero, criar tribunais para agilizar os julgamentos por estupro e criar um fundo para as vítimas deste crime, mas também a iniciar um debate sobre a violência sexual na nação majoritariamente conservadora e patriarcal.

Mas Nova Dhéli, metrópole que abriga mais de 26 milhões de habitantes, continua conhecida como "a capital do estupro" na Índia.

A cidade indiana e São Paulo dividiram a lanterna do estudo quando especialistas em questões femininas foram indagados a respeito dos riscos que as mulheres correm de serem vítimas de violência sexual em 19 megalópoles diferentes.

"Não estou surpresa com os resultados, já que são baseados em percepções. Índia e Brasil tiveram muita atenção da mídia para a violência sexual nos últimos anos", disse Rebecca Reichmann Tavares, diretora da Women in India, da Organização das Nações Unidas (ONU), que também trabalhou no Brasil.

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"A violência sexual nestas duas cidades é, claro, uma realidade, mas não existem dados definitivos que indiquem que os índices são mais altos em Dhéli e em São Paulo do que em qualquer outra cidade."

A pesquisa solicitou a 380 especialistas de cidades com populações de mais de 10 milhões de habitantes que avaliassem o risco de violência sexual e de práticas cultural prejudiciais às mulheres, além do acesso das mulheres a assistência médica e oportunidades econômicas.

O Cairo, capital do Egito, foi considerado a cidade mais perigosa para as mulheres em geral e a terceira pior no quesito violência sexual, seguido pela Cidade do México e Daca. Tóquio foi considerada a cidade mais segura para as mulheres em termos de violência sexual.

Em julho deste ano 2.287 estupros foram relatados em São Paulo -em todo o ano de 2016 foram 2.868-, segundo números do governo, mas o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que só 10 por cento dos estupros são relatados.

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