O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira que a orientação da pasta para pessoas que tiveram contato com pacientes com covid-19 é que procurem uma unidade de saúde para serem avaliadas, em resposta a questionamento sobre eventual isolamento daqueles que tiveram contato com o presidente Jair Bolsonaro.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, foi questionado, em entrevista coletiva concedida remotamente, sobre a posição do ministério a respeito de nota do Palácio do Planalto, divulgada após a confirmação do teste positivo de Bolsonaro, em que a Presidência não recomenda o afastamento de funcionários que tiveram contato com pessoas infectadas pelo coronavírus.
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, "não há protocolo médico, seja do Ministério da Saúde ou da OMS (Organização Mundial da Saúde), que recomende medida de isolamento pelo simples contato com casos positivos."
O secretário de Vigilância em Saúde, no entanto, disse que a orientação é que se busque atendimento médico, e que um isolamento pode ser recomendado.
"A nossa orientação é que qualquer pessoa que tenha contato com caso confirmado, essa pessoa deve procurar uma unidade de saúde para que um profissional de saúde, ao fazer a sua análise, possa verificar sinais e sintomas e de maneira, o quanto mais precoce, verificar quais são as medidas necessárias de saúde e tratamento que esse paciente venha a ter", disse Medeiros.
Ele acrescentou que cabe ao profissional de saúde, se considerar necessário, prescrever medidas de distanciamento e medidas terapêuticas, farmacológicas ou não, que tiverem de acordo com as orientações dos serviços de saúde, dependendo da análise do caso da pessoa.
Bolsonaro, de 65 anos, anunciou na terça que teve resultado positivo em teste para covid-19, após passar meses minimizado a pandemia e contrariando recomendações de especialistas, mas afirmou estar se sentindo bem, depois de sofrer os primeiros sintomas no fim de semana e de ter ficado mal na segunda-feira.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e as emissoras CNN Brasil e Record TV informaram nesta quarta que afastaram do trabalho as equipes jornalísticas que estiveram presentes na entrevista em que o presidente anunciou resultado positivo em teste para covid-19.