Sem apresentar metas, Teich fala em monitorar economia no combate ao coronavírus

17 abr 2020 - 12h03
(atualizado às 13h48)

Ao tomar posse nesta sexta-feira, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, reforçou a necessidade de ter informações para lidar com a epidemia de coronavírus e afirmou que acompanhará os indicadores da economia para organizar as ações de combate, mas não apresentou metas ou planos para a gestão que assume em meio ao avanço da doença no país.

Novo ministro da Saúde, Nelson Teich
16/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
Novo ministro da Saúde, Nelson Teich 16/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Convidado no início da tarde de quinta-feira para ocupar a pasta, Teich ainda não foi ao ministério, não encontrou a equipe nem mandou recados aos servidores, de acordo com uma fonte com conhecimento direto da situação.

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Em seu discurso de pose, Teich enfatizou as necessidades econômicas diante da pandemia, foco também do presidente Jair Bolsonaro --o que, no fim, levou à demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta--, mas fez questão de dizer que não há oposição com a defesa da assistência à saúde.

"Precisamos acompanhar os indicadores sociais, mais pessoas desempregadas, sem plano de saúde, isso vai impactar no SUS (Sistema Único de Saúde)", afirmou o novo ministro.

"O foco que a gente tem aqui é nas pessoas. Por mais que se fale em saúde e economia, não importa o que se falem, o final é sempre gente", acrescentou.

Teich, que é oncologista, mas tem pós-graduação em economia da saúde e tem se dedicado a gestão nos últimos anos, conversou com Bolsonaro na manhã de quinta-feira pela primeira vez.

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Impressionado com a apresentação do médico, Bolsonaro decidiu convidá-lo no mesmo dia para substituir Mandetta. Após ser apresentado no Planalto como novo ministro, o médico passou boa parte do noite ao lado do presidente, com quem deu entrevistas e participou da live nas redes sociais que Bolsonaro faz todas as quintas.

De acordo com uma fonte palaciana, Bolsonaro já indicou o contra-almirante Flávio Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para gerenciar a transição de ministros na Saúde. Nenhum outro nome surgiu ainda para ocupar as sete principais secretarias da pasta.

Mandetta, ao deixar o ministério, pediu a seus secretários que fiquem por algum tempo para fazer a melhor transição possível --a maior parte deles afirmou que deixará os cargos junto com o ministro--, mas o Planalto já planeja nomes para ocupar o segundo escalão do ministério.

O time atual foi todo escolhido por Mandetta, na maioria servidores de carreira da Saúde ou de órgãos relacionados, e seguem a cartilha de distanciamento social e cautela do ex-ministro.

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No discurso de posse, Teich agradeceu o que foi feito na gestão de seu antecessor, e disse que buscará as ações da gestão passada que agregarem durante seu período à frente da pasta.

O novo ministro afirmou ainda que a falta de informações sobre a Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus e que já matou mais de 1.900 pessoas no país, gera ansiedade na população.

"Outra coisa que eu tenho colocado é a importância da informação. Uma das característica dessa doença é a pobreza de informação", afirmou.

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