"Ele quer ir para a vigília e para São Paulo. Está com saudade. Com vontade de abraçar os amigos e a militância", disse a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), para se referir ao estado de espírito do ex-presidente e Luiz Inácio Lula da Silva, após visitá-lo na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na manhã desta sexta-feira (8/11).
Lula é um dos quase 5 mil presos potencialmente beneficiados por um julgamento, na véspera, do Supremo Tribunal Federal, que decidiu contra a prisão em segunda instância — o caso pelo qual o petista foi condenado, do Tríplex do Guarujá, ainda tem recursos pendentes.
Gleisi ficou com Lula durante cerca de duas horas. Ela entrou no local com um dos advogados do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins.
O advogado, que ficou no prédio da PF por uma hora e meia, também comentou a respeito do ânimo de Lula após a decisão do STF que pode soltá-lo ainda nesta sexta.
"O ex-presidente está muito sereno. A decisão da Suprema Corte aplicando a nossa Constituição também deu a ele uma luz de esperança de que possa haver justiça", disse Zanin.
Zanin informou também que já protocolou o pedido de soltura de Lula à Justiça Federal em Curitiba. A petição foi enviada à juiza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais do Paraná.
Gleisi, por sua vez, disse ainda que Lula está calmo, e os militantes é que têm pressa. "O presidente está muito tranquilo, não está com pressa e está com a consciência dos inocentes", afirmou a dirigente petista.
Militância
Ainda de acordo com Gleisi, o primeiro plano de Lula fora da cadeia é visitar a militância em Curitiba, o grupo que esteve em vigília durante o período em que ele ficou preso. Em seguida, irá para o Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP).
"Abraçar o pessoal, agradecer os amigos, a militância, pessoas que estão há 580 dias sem deixar ele sozinho, ele acha isso muito significativo e importante. Depois ele segue para são Paulo e vai entrar para a vida pública pela porta em que ele saiu, o Sindicato dos Metalúrgicos", afirmou.Nas últimas horas, as ruas da região do prédio da Polícia Federal onde Lula está preso em Curitiba foram bloqueadas por grades. Um reforço com carros da Polícia Militar e dezenas de agentes chegou ao local.
Um palco começou a ser montado, na expectativa de que discurse após a possível libertação.