Sob efeito da crise do Pix, Lula avisa a ministros que não quer mais medidas publicadas sem passar pela Casa Civil

20 jan 2025 - 11h22

Ainda sob os efeitos da crise do Pix, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu seus ministros, na abertura da reunião ministerial desta segunda-feira, que não quer mais a publicação de portarias e medidas pelos ministérios sem que passe antes pela Casa Civil.

Mostrando irritação, Lula afirmou que medidas sem análise acabam repercutindo na Presidência.

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"Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer uma portaria que depois crie confusão para nós sem que passe pela Presidência através da Casa Civil. Muitas vezes a gente pensa que não é nada, faz uma portaria qualquer e depois arrebenta na Presidência da República", reclamou.

Na semana passada, o governo revogou uma instrução normativa da Receita Federal que incluía as chamadas Fintechs na resolução que obriga a notificação de transações financeiras acima de um determinado valor, da mesma maneira que já é feito por bancos, e elevava o valor de 2 mil para 5 mil reais. A instrução normativa se referia a todas os tipos de transações, incluindo o Pix, como já é feito pelos bancos.

A divulgação da informação criou uma onda de notícias falsas acusando o governo de fazer o monitoramento para cobrar impostos sobre os pagamentos por Pix. As informações falsas levaram comerciantes a suspenderem o recebimento por Pix e alguns a tentaram impor taxas nos pagamentos por meio desta modalidade.

Junto com a suspensão da instrução, o governo editou uma medida provisória equiparando o pagamento por Pix a pagamentos em dinheiro e proibindo a cobrança de taxas extras, mas a solução não ajudou. Ao contrário. De acordo com monitoramento feito pela empresa de pesquisas Quaest, as menções negativas ao governo pelo caso eram de 54% contra 46% positivas, antes da revogação. Depois, passaram para 86% negativas e 14% positivas.

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A decisão de revogar a instrução partiu do próprio Lula, indo contra o que defendia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Outros ministros, como Renan Filho, dos Transportes, também discordaram da decisão de revogar a instrução e ceder a uma pressão que vinha da oposição.

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