SP registra recorde de mortes diárias por Covid-19 em meio a reabertura

9 jun 2020 - 15h15
(atualizado às 16h11)

O Estado de São Paulo registrou um número recorde de mortes diárias pela Covid-19 em meio ao processo de reabertura de setores da economia, mostraram dados da secretaria estadual de Saúde divulgados nesta terça-feira.

Coveiros com roupas de proteção realizam enterro no cemitério São Luiz, em São Paulo, Brasil
04/06/2020
REUTERS / Amanda Perobelli
Coveiros com roupas de proteção realizam enterro no cemitério São Luiz, em São Paulo, Brasil 04/06/2020 REUTERS / Amanda Perobelli
Foto: Reuters

De acordo com os dados, apresentados em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, São Paulo tem 9.522 mortes causadas pela Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, um acréscimo de 334 novos óbitos em relação ao número apresentado na segunda-feira.

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O Estado tem ainda 150.138 casos confirmados da doença, uma alta de 5.545 novas infecções em 24 horas. O recorde anterior de óbitos em 24 horas aconteceu na terça-feira da semana passada, quando 327 novas mortes foram registradas.

Os dados anunciados às terças-feiras muitas vezes refletem casos do fim de semana que não foram registrados no sábado ou no domingo.

Apesar do recorde de novas mortes, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, José Henrique Germann, disse que a pandemia em São Paulo vive um "crescimento de baixa velocidade" e que a média de crescimento de óbitos tem se mantido na casa de 3,5%.

"Nós continuamos na mesma média de crescimento, que é de 3%, 3,5% do número de óbitos. Eu diria para vocês que nós estamos passando por um crescimento de baixa velocidade, vamos dizer assim. É muito duro, difícil falar assim com relação a óbitos, principalmente para nós, mas falando de cenários, falando do nosso trabalho, de tudo que nós temos feito, é assim que nós temos que estudar, analisar e concluir e com isso direcionar os nossos trabalhos", disse o secretário.

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Também presente na entrevista coletiva, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Carlos Carvalho, disse que o Plano São Paulo, como foi batizada a estratégia de reabertura de setores da economia do Estado, não leva em conta momentos isolados da pandemia, mas sim o comportamento dela nos últimos sete dias.

"Ao invés de olhar momentos isolados, estudos transversais, nós olhamos estudos longitudinais, olhamos uma média ao longo de sete dias, para podermos ter essas diluições dessas eventuais oscilações por 'n' motivos", disse.

"O número de óbitos muitas vezes reflete infecções que ocorreram dias, semanas atrás, e não necessariamente os eventos agudos atuais", acrescentou.

De acordo com os dados da secretaria, entre o dia 27 de maio e 2 de junho, foram registradas 1.571 mortes por Covid-19 no Estado. Já entre 3 de junho e esta terça-feira foram 1.528.

O Plano São Paulo prevê a reabertura de setores da economia em fases e por regiões. A capital paulista, por exemplo, foi classificada na fase 2, que permite o funcionamento com restrições do comércio, de shoppings centers, de concessionárias de veículos e de escritórios. Até o momento, no entanto, a prefeitura liberou apenas o funcionamento de concessionárias e escritórios.

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Especialistas afirmam que a reabertura da economia em um momento em que os casos de Covid-19 estão em expansão no país pode agravar o pico da pandemia.

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