A ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na noite de sexta-feira a retomada das investigações que contavam com relatórios do antigo Coaf em processo envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
A decisão veio após o STF ter fixado entendimento na quinta-feira de que é permitido o repasse de informações de órgãos de controle como a Receita Federal e a Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf, para instruir investigações criminais do Ministério Público e da polícia.
Flávio Bolsonaro contava com duas liminares para suspender a apuração da suspeita de "rachadinha" nos salários de seu gabinete quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro: a primeira dada em julho pelo presidente do STF, Dias Toffoli, e depois em setembro pelo ministro Gilmar Mendes, após a defesa do parlamentar alegar que o MP do Rio não havia cumprido a determinação do Supremo e continuava investigar o senador.
O julgamento na quinta-feira teve como pano de fundo críticas feitas a atuação desses órgãos de controle por ministros da corte e pelo próprio Jair Bolsonaro.
Bolsonaro chegou a falar em "devassa fiscal" feita pela Receita contra familiares.
A defesa do senador disse que ele recebeu com tranquilidade a decisão e avalia que o processo deverá seguir o seu curso natural, até que a verdade seja estabelecida, segundo informou a Globonews.