O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 60 dias o inquérito que investiga o presidente Michel Temer por suposto repasse de propina da Odebrecht para o MDB para as eleições de 2014, segundo despacho do magistrado.
A investigação envolve a suspeita de crime numa contribuição de 10 milhões de reais para o então PMDB, que teria sido formalizada em um jantar no Palácio do Jaburu, com a presença de Temer, então vice-presidente da República, do empresário Marcelo Odebrecht e dos hoje ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República) em 2014.
O presidente entrou para o rol de investigados desse inquérito em março, após Fachin ter aceito pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para inclui-lo. Inicialmente, o inquérito investigava apenas Padilha e Moreira. A suspeita é que esse acerto foi propina paga pela empresa.
Na decisão tornada pública nesta quinta-feira, Fachin determinou que há a necessidade de se realizar depoimentos complementares na apuração, diante de um significativo aporte de informações citados pela Polícia Federal. Foi a PF que, com a concordância da Procuradoria-Geral da República, tinha pedido a prorrogação das apurações.
O ministro disse ainda que ainda não foi feita a análise de aparelhos telefônicos que ainda não foram entregues pelas defesas dos delatores Cláudio Mello Filho e José de Carvalho Filho.
Fachin também decidiu acolher pedido para compartilhar com a Procuradoria da República do Distrito Federal informações do inquérito para instruir a apuração da operação Greenfield.
O ministro do STF rejeitou pedido feito pelas defesas de Padilha e Moreira de acesso a documentos sigilosos do inquérito, mas disse que, assim que as diligências referentes a esses dados tiverem sido concluídas, as duas autoridades poderão ter acesso.
Na véspera, o Supremo também prorrogou outra apuração contra Temer, o que o investiga por irregularidades na edição do inquérito dos portos.
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