O Ministério Público da Suíça quer tranferir ao Brasil os processos contra suspeitos do cartel de trens em São Paulo, revelou reportagem do jornal Estado de S. Paulo na última sexta-feira. Com a transferência, a Justiça do Brasil teria acesso aos extratos e as informações bancárias de todos os envolvidos nas irregularidades cometidas pelo cartel do setor metroferroviário durante os governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.
Para que as investigações contra os ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), João Roberto Zaniboni e Ademir Vanâncio de Araújo, e o lobista Arthur Teixeira possam ser aprofundadas já no primeiro semestre de 2015, cabe ao Ministério da Justiça de Berna dar o aval para a realização da transferência.
Zaniboni, Araújo e Teixeira, vinculados ao cartel formado pelas multinacionais Alstom e Siemens, mais o ex-juiz do Tribunal de Contas, Robson Marinho, eram alvo de investigações na Suíça por lavagem de dinheiro e haviam tido as contas bloqueadas. Contudo, a Justiça suíça avaliou que o Brasil não extraditaria os investigados, caso eles fossem condenados.
Embora a Suíça já tenha concluído o caso contra a Alstom, após o pagamento de multa pela multinacional, ainda restam as suspeitas contra os brasileiros, que teriam usado usado o sistema bancários suíço para lavar dinheiro adquirido a partir das irregularidades, destacou o periódico.