Suspeitos de hackearem Moro podem ter invadido celular de Guedes, diz PF

24 jul 2019 - 18h17
(atualizado às 18h44)

A Polícia Federal disse nesta quarta-feira que há indícios de que os quatro presos suspeitos de terem realizado um ataque cibernético contra o telefone celular do ministro da Justiça, Sergio Moro, podem ter hackeado o aparelho do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ministro Paulo Guedes
16/07/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ministro Paulo Guedes 16/07/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Em pronunciamento em Brasília, em que deram alguns detalhes da investigação, mas não responderam a perguntas da imprensa, integrantes da PF que participam das investigações disseram ainda que, nas operações de busca e apreensão realizadas junto com as prisões na terça, foi detectado que mil números de telefone podem ter sido alvos de ciberataques dos suspeitos.

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"Algumas constatações que já foram possíveis em relação ao que nós vínhamos analisando previamente e estão, aparentemente, se confirmando neste momento --ainda não é nada muito certo-- mas nós estamos estimando... aproximadamente mil números telefônicos diferentes foram alvos deste mesmo modus operandi por essa quadrilha", disse o delegado da Polícia Federal João Vianey Xavier Filho.

"Então há a possibilidade realmente de um número grande de vítimas deste tipo de ataque, que está sendo investigado agora", disse o delegado.

Também presente no pronunciamento, o perito da PF Luiz Spricigo Júnior disse que os agentes encontraram no celular de um dos suspeitos presos um atalho com o nome de Guedes que indica que os suspeitos foram responsáveis pelo ciberataque contra o titular da Economia.

"Ontem pela manhã foi amplamente divulgado que o ministro Paulo Guedes havia sido hackeado e numa busca e apreensão, no celular do indivíduo estava uma conta no aplicativo de mensagens vinculado com o nome Paulo Guedes. A gente tem que confirmar isso de forma pericial, mas é um forte indicativo de que a conta seja realmente a do ministro", disse Spricigo.

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Os policiais federais também disseram que foram encontrados na casa de um dos suspeitos pouco menos de 100 mil reais em espécie.

Na terça, a PF prendeu três homens e uma mulher suspeitos de terem hackeado os celulares de Moro, de um desembargador, de um juiz federal e dois delegados da PF.

Na decisão que determinou as prisões temporárias dos quatro suspeitos, o juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Vallisney Oliveira, disse que as investigações apontaram volume de movimentação financeira incompatível com as rendas declaradas por um dos homens e pela mulher suspeita.

Embora ambos tenham renda mensal na casa dos 2 mil reais cada um, o volume movimentada em suas contas em poucos meses superou os 600 mil reais. Para o magistrado, que também autorizou a quebra de sigilo bancários dos suspeitos, essa incompatibilidade pode indicar que eles receberam dinheiro de um patrocinador para realizar os ataques cibernéticos.

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