O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler deu 10 dias para o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarecerem como embasaram o novo protocolo de uso da cloroquina em casos iniciais de Covid-19.
Sob pressão do presidente Jair Bolsonaro, logo após a queda do ministro Nelson Teich, o ministério mudou o protocolo e adotou o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para estágios iniciais de infectados pelo novo coronavírus duas semanas atrás.
Zymler citou que o ato do governo faz parte de medidas adotadas pelo ministério para enfrentar "a emergência da saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus". Citou ainda que não houve manifestação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, requisito legal para a adoção de mudança de protocolos clínicos. Zymler quer ouvir também a Anvisa sobre a mudança no protocolo.
O uso da cloroquina para casos leves de Covid-19 é alvo de críticas por falta de consenso científico em relação à eficácia do medicamento e diante de eventuais efeitos colaterais.