O presidente Michel Temer disse hoje (17) que o governo está aberto para negociar mudanças na Reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional. "Nós achamos que a proposta ideal, a necessária para colocar o país nos trilhos de uma vez é aquela que o Executivo mandou. Se houver necessidade de conversações, nós não estamos negando qualquer espécie de conversação. O que não podemos é quebrar a espinha dorsal da Previdência", ressaltou ao palestrar para executivos de cerca de 100 empresas reunidos na sede da Confederação Nacional da Indústria, em São Paulo.
"Haverá propostas de modificação em um ou outro ponto? É muito provável", acrescentou o presidente. "Nós temos um deficit de R$ 149 bilhões na Previdência Social. Nós temos estados que estão quebrando por causa da Previdência", enfatizou.
Para Temer, a oposição que vem sendo feita ao projeto não apresenta argumentos sólidos. "Eu vejo com frequência que há movimentos de protesto que são de natureza política, não movimentos de natureza técnica", disse.
O presidente também destacou a importância da relação com o Congresso, que discute a reforma em uma comissão especial: "Se não houver interação do Executivo com o Legislativo, você não consegue governar".
Retomada da economia
Michel Temer destacou também a retomada de empregos em fevereiro, após 22 meses de queda, lembrando dos impactos da notícia anunciada ontem para a economia brasileira. "Nós esperávamos que a retomada do emprego começasse a se processar no segundo semestre. O primeiro passo, sem dúvida nenhuma, era combater a recessão", disse.
Sobre a inflação, Temer disse que espera, ainda em 2017, que o índice fique abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central. "A projeção é que ao final do ano estaremos abaixo de 4%, quando o centro da meta é 4,5%", enfatizou. A retração da inflação já está possibilitando, de acordo com o presidente, a redução das taxas de juros. "A Selic [taxa básica de juros] vem caindo. Os juros estão começando a cair e vão cair".
O governo se prepara agora para socorrer os estados em dificuldade. Nesse sentido, o presidente destacou mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal permitir que o governo federal auxilie os governos estaduais. "Não podemos auxiliar o estado do Rio de Janeiro, com empréstimos etc, sem contrapartida, sob pena de nós, da União, vulnerarmos a lei de Responsabilidade Fiscal".