O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira que o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor na área de segurança do Rio de Janeiro em decreto assinado nesta tarde, atuará como uma espécie de "governador" da área de segurança pública do Estado e responderá diretamente a ele.
"Na área da segurança pública haverá uma espécie de governador, que será o interventor. Então ele terá todos os poderes para equacionar esse problema", disse Temer na entrevista.
Na entrevista, Temer voltou a dizer que as discussões e articulações para obter o apoio necessário à Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência seguirá durante a vigência da intervenção federal no Rio e, quando existir o apoio necessário à PEC, a intervenção será revogada para que a reforma seja votada.
O presidente disse ainda ter combinado com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), que a estrutura montada pelo interventor será mantida após a revogação do decreto de intervenção para que seja votada a reforma da Previdência.
A Constituição impede que o texto constitucional seja emendado enquanto estiver vigorando uma intervenção federal.
Mais cedo, em discurso na cerimônia de assinatura do decreto de intervenção federal no Rio, Temer disse que o crime organizado "quase tomou conta do Estado do Rio de Janeiro".
"É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo", disse o presidente em seu discurso.
"O governo dará respostas duras, firmes e adotará todas as providências necessárias para enfrentar e derrotar o crime organizado e as quadrilhas."