A defesa do presidente Michel Temer apresentou nesta quarta-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de acesso a sete áudios recuperados pela Polícia Federal, para garantir o amplo direito de defesa na votação na Câmara, marcada para o dia 2 de agosto, que decidirá se deputados autorizam a corte a julgar a denúncia contra ele por corrupção passiva.
Na petição endereçada à presidente STF, Cármen Lúcia, os advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Gustavo Guedes dizem que os peritos da PF conseguiram recuperar esses áudios que foram apagados e pede o compartilhamento dos arquivos.
A defesa encaminhou inicialmente esse e outros pedidos ao relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin. Queriam ter acesso também aos gravadores usados na conversa entre o empresário Joesley Batista, da JBS, e Temer. Fachin, segundo os advogados, decidiu ouvir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o acesso aos gravadores e não se pronunciou a respeito do acesso aos áudios recuperados.
"Sendo assim, por entender que a manifestação da PGR, segundo se infere do próprio despacho, se daria tão somente em relação à perícia dos gravadores, e considerando a possível importância dos áudios recuperados para a defesa junto à Câmara Federal, reitera-se o requerimento, a fim de que possa ser atendido imediatamente, antes do dia 01/08, sem prejuízo da manifestação da Procuradoria, com termo final apenas em agosto", diz a petição.
Os advogados pedem uma manifestação de Cármen Lúcia ainda no recesso do Judiciário.